São Paulo, domingo, 12 de março de 1995
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Reforma na Argentina custou US$ 1 milhão

DA REPORTAGEM LOCAL

Estados Unidos e Argentina são dois casos recentes de governos que adotaram a reengenharia do setor público para enxugar o Estado e cortar gastos.
O caso norte-americano é o mais abrangente. Na Argentina, a reforma foi superficial e incompleta.
O programa de reengenharia na Argentina foi montado pela empresa de consultoria Andersen Consulting por US$ 1 milhão.
O processo começou em 1991. Deveria alcançar oito ministérios, 14 secretarias e 178 órgãos e empresas.
Os dois principais objetivos foram reduzir em um terço o número de funcionários no governo (de 928 mil para cerca de 600 mil) e cortar em 60% o número de cargos de direção. Dezenas de órgãos também deveriam ser extintos ou fundidos.
O "cronograma de enxugamento" na Argentina chegou a ter calendários detalhados com datas e horários de reuniões onde seriam definidos os cortes. Uma planilha registrava os órgãos e empresas que atingiam os objetivos propostos. Os órgãos mais lentos em efetivar as mudanças eram colocados na coluna dos "pendentes" —e cobrados.
Inicialmente bem sucedido, mais tarde o programa acabou emperrado pelo corporativismo estatal e pelas negociações políticas do governo com o Congresso.
Em parte, foi cumprida apenas uma etapa da primeira fase do programa, que previa a eliminação de 62 mil empregos públicos.
Pressionado pelo terremoto financeiro no México e pela sombra de uma crise global na América Latina, o presidente Carlos Menem tratou de anunciar, há três semanas, que retomará o programa de enxugamento da máquina.

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