São Paulo, domingo, 12 de março de 1995
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Seios são o maior orgulho das brasileiras

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao se olharem no espelho, as mulheres se orgulham, em primeiro lugar, dos seios: 21% das entrevistadas escolheram essa parte do corpo como a preferida, enquanto 11% responderam que é a parte do corpo que menos gostam.
Essa preocupação se reflete no consultório dos cirurgiões plásticos: os seios são o principal objeto das cirurgias estéticas —seja para aumentá-los ou para diminuí-los.
"Plástica mamária é o que mais se faz, em todas as idades, no país. As brasileiras, talvez porque exponham muito o corpo, costumam ter a preocupação de reduzir o seio, ao contrário das americanas", diz o cirurgião plástico Alberto De Luiz.
Apesar disso, o médico já registra um aumento na procura de mulheres desejosas de aumentar os seios: duas em cada dez operações hoje buscam esse objetivo.
Zeca de Abreu, coordenador de New Faces da agência de modelos Elite, confirma. Uma das novidades no "look" dos anos 90 é a preocupação com os seios. "Há hoje muita valorização dos seios grandes. Muitas modelos estão colocando silicone, porque abre novas possibilidades de trabalho".
Outra parte do corpo feminino objeto de muitas cirurgias —de lipoaspiração— é a barriga. Não é sem razão que 27% das entrevistadas afirmam ser a barriga a parte do corpo que menos gostam.
O Brasil é considerado um dos campeões mundiais em cirurgia plástica estética.
Só para se ter uma idéia, a Associação Paulista de Medicina tem registrado em seus quadros 709 cirurgiões plásticos, número um pouco inferior ao de cancerologistas (788) e urologistas (831) e bem superior ao de geriatras (547).

Homens envergonhados
Os homens representam menos de 20% da clientela dos cirurgiões plásticos. "O homem normalmente quer perder a barriga ou implantar cabelos, mas tem medo do que vão achar. Ele ouve o diagnóstico e diz que vai pensar. A mulher, não. Ela quer logo marcar a cirurgia", conta De Luiz.
Nem todos os homens são tão pouco modestos quanto os 27% dos entrevistados que consideram "todas" as partes do corpo como a que mais gostam.
Na relação masculina (veja quadro) chega-se até o pênis: 3% o elegeram como a parte preferida do corpo.(MSy)

A pesquisa do Datafolha é um levantamento estatístico por amostragem estratificada por sexo e idade. Foi feito por pesquisadores dos mesmo sexo dos entrevistados de modo a não inibi-los em suas respostas. Foram entrevistadas 1.080 pessoas em São Paulo e 742 no Rio no dia 10 de fevereiro de 1995.
A direção do Datafolha é exercida pelos sociólogos Antonio Manuel Teixeira Mendes e Gustavo Venturi, tendo como assistentes Mauro Francisco Paulino e a estatística Renata Nunes César. A direção comercial é de Eneida Nogueira e Silva. A coordenação deste trabalho esteve a cargo de mauro carreão, tendo como assistente Antonio Ferreira de Souza. O planejamento da amostra foi de Elizabeth Napier.

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