São Paulo, domingo, 12 de março de 1995 |
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Cabrera Infante lembra a ilha que o deixou
DA REDAÇÃO A Folha publica trechos inéditos de Mea Cuba, livro de Guillermo Cabrera Infante que será editado no Brasil pela Companhia das Letras (sem data prevista).O livro retrata a principal paixão do escritor: a ilha que o abandonou, país de onde está exilado desde 1965. Mesmo longe há tantos anos, Cabrera Infante não se afastou do debate cubano. Por Mea Cuba desfilam os principais personagens políticos e literários do país —entre eles Fidel Castro, em cujas mãos a ilha seria um barco à deriva. O autor de Três Tristes Tigres (seu primeiro livro) e Havana para um Infante Defunto nasceu em abril de 1929 e sua vida foi uma sequência de contradições. Filho de pais comunistas, assistiu primeiro à sua prisão por ordem de Fulgêncio Batista e, dois anos mais tarde, à campanha que fizeram a favor do ditador cubano por ordem do partido. Após a Revolução Cubana, em 1959, foi subeditor do diário Revolución. Adido cultural em Bruxelas em 1962, Cabrera Infante é preso ao voltar a Cuba para o enterro da mãe em 1965. Três meses depois deixa o país. Nesta página e na seguinte, as fotos de Rogério Assis mostram os cubanos da ilha e os que saíram dela —ou foram abandonados por ela como diz Cabrera Infante. As fotos mostram um país estrangulado pelo bloqueio econômico americano e pelo fim da relação especial com o Leste Europeu. Ao mesmo tempo que refletem os danos da crise, as fotos trazem a energia vital que impulsiona o povo cubano. Como quer Cabrera Infante, as imagens refletem a transformação de Cuba num barco em meio a um mar revolto. "Socialismo ou Morte" retrata o isolamento da ilha em meio ao Caribe capitalista. Em Miami, o fotógrafo revela a lembrança permanente da ilha na vida dos exilados cubanos. Texto Anterior: Latinos já marcam avaliação Próximo Texto: TRECHOS Índice |
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