São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 1995
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Quércia dá as caras

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Tinha que ser em alguma eleição interna, da máquina do PMDB. Orestes Quércia enfim reapareceu ontem na TV, após a campanha que acabou com a aura de vitorioso.
Comandando o que pretende seja a retomada da máquina peemedebista pelo quercismo, ele começa mais uma vez por São Paulo e pelos diretórios. "A volta à liderança do PMDB paulista é o primeiro passo", apontou a Cultura.
Como no distante início, duas décadas atrás, o alvo é o grupo político que já foi do MDB e do PMDB e hoje está no governo, no poder. "O país está numa camisa-de-força, que é o congelamento do câmbio. Evidentemente, nós sabemos, isso é um artifício. O governo governa em cima de artifício, de uma fantasia."
Nada mal para quem acabou atrás de Enéas, nesta última eleição. Mas na sequência da crítica, quando ele deveria avançar pela oratória, até para gravar o ataque na memória do telespectador, o máximo que Orestes Quércia conseguiu foi uma piada gasta, sem graça. 'O governo é um governo parado, um governo nhenhenhém. O presidente já disse."
Não deve ter sido fácil, para ele, falar de Fernando Henrique como "o presidente".
Integrados
Orestes Quércia, falando à Manchete, deixou bem claro que o PMDB de São Paulo, sob suas ordens, é de oposição. Não sem ironia, disse que isso é muito saudável.
Os tucanos, o grupo político que deixou o PMDB por causa dos quercistas, não vêem nada de saudável. O governador do Ceará, ex-presidente do PSDB, Tasso Jereissati, "acusou o PMDB de não estar integrado ao governo apesar de ter dois ministérios e uma secretaria", registrou a Cultura.
Ministérios e secretaria que acalmariam logo os revoltosos do próprio PSDB.
Fugiu
Um mau agouro para a nova semana do real, no Fantástico. No final do programa, entrou Paulo Henrique Amorim com um relato sobre o estado dos ânimos no México:
— A manchete desta noite, aqui, é que o ex-presidente Carlos Salinas fugiu no jatinho de um empresário.
O pesadelo não tem fim.

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