São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 1995
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Dólar deve continuar sob pressão de baixa

DO "THE INDEPENDENT"

A pressão baixista contra o dólar não deve se reduzir esta semana já que ele assumiu o status pouco habitual de uma moeda "leve" da qual os investidores fogem em tempos de incerteza.
A semana passada foi uma das piores na história recente da moeda norte-americana, que caiu 11% em relação ao marco alemão e 8% em relação ao ien.
Embora a pressão suavizasse na última sexta-feira, depois que os dados sobre o desemprego nos Estados Unidos acabaram se revelando melhores que o previsto, poucas pessoas acreditam que a matança tenha chegado ao fim.
O dólar estacionou em 1,41 marco no final da semana, mas alguns analistas financeiros prevêem que ele caia para 1,35 marcos nos próximos dias.
Os especialistas encontram um rol de razões para os problemas do dólar. O culpado favorito é Alan Greenspan, presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), que insinuou em depoimento em um comitê do Congresso, duas semanas atrás, que as taxas de juros americanas tinham atingido seu ponto mais alto.
Isto entusiasmou Wall Street mas deprimiu os investidores no dólar, para quem taxas frouxas ou cadentes não são nunca atraentes.
Nem tudo da economia americana, porém, parece tão animador quando se leva em consideração o déficit do setor público e o da balança comercial.
Temores de que Washington não é sério em tapar o rombo das contas do governo foram reavivados pela derrota no Congresso, no início do mês, da emenda de equilíbrio orçamentário apoiada pelos republicanos.
Grandes déficits públicos e comerciais implicam dependência de capital externo —uma doença desagradável que o México conhece bem.

Tradução de José Roberto Campos

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