São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 1995
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Forte marcação dá vitória ao Palmeiras

ARNALDO RIBEIRO; WILSON BALDINI JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

O forte sistema de marcação adotado pelo técnico Valdir Espinosa, do Palmeiras, no clássico de ontem contra o São Paulo, teve dois efeitos distintos.
Primeiro: levou o atual bicampeão paulista a anular as principais jogadas ofensivas do adversário e conseguir a vitória.
Segundo: fez o técnico Telê Santana, do São Paulo, a repensar o modo de orientar seus jogadores. Ele admitiu que a equipe precisa "jogar mais duro" daqui para frente.
No lado do Palmeiras, Valdir Espinosa destacou o trabalho defensivo da equipe.
"Esta foi a terceira partida que utilizamos três volantes (Amaral, Flávio Conceição e Mancuso) e conseguimos marcar dez gols", disse Espinosa.
"Mas hoje o time me surpreendeu. Fomos incansáveis na marcação de meio-campo mesmo após uma viagem cansativa", afirmou o treinador.
"Não esperava que o time conseguisse manter o mesmo ritmo no segundo tempo", afirmou.
"Conseguimos parar a técnica do São Paulo e, a partir daí, iniciarmos as jogadas de ataque."
O volante argentino Mancuso foi o exemplo da dedicação palmeirense neste fundamento.
"Quando você tem que enfrentar um clássico como este, não pode pensar em cansaço ou desgastes", disse. "Você precisa deixar seu corpo em campo", completou.
O lateral-esquerdo Roberto Carlos, autor do primeiro gol, destacou a "força psicológica da equipe", após sofrer tantos problemas no Equador.
Os jogadores palmeirenses tiveram um incentivo a mais para buscar a vitória ontem no Pacaembu.
O técnico Valdir Espinosa disse que conversou com o atacante Edmundo, antes do início da partida. "Ele me pediu a vitória, pois seria guardada como um dos únicos momentos felizes no Equador", afirmou. "Acho que ele deve estar comemorando".
O treinador defende a tese de que a diretoria deve "puxar" Edmundo para um canto e conversar com ele.
O resultado de ontem teve muita repercussão no São Paulo.
Pela terceira vez nesta Campeonato Paulista o time iniciou o segundo tempo de uma partida perdendo de 2 a 0 —as outras foram contra Portuguesa e Rio Branco.
Este aspecto, reforçado pela derrota, levou o técnico Telê Santana a levantar a possibilidade de modificar seu estilo de comandar a equipe.
"Não podemos mais dar espaço para as equipes, principalmente no primeiro tempo. Temos que marcar mais, ganhar as divididas. Usar as armas que os adversários utilizam", afirmou.
Desta vez, Telê não reclamou da arbitragem.
Pelo contrário. Foi cumprimentar o juiz José Mocellin ao final da partida.
"Ele apitou muito bem e não foi pela arbitragem, nem pela viagem ao Japão, que perdemos", afirmou Telê.
Os jogadores são-paulinos culparam a falta de atenção da equipe no primeiro tempo pela derrota no jogo de ontem.
"Estávamos jogando totalmente errado e levamos dois gols. Em clássico, é impossível recuperar esta desvantagem", afirmou o lateral-esquerdo André, autor do único gol da equipe.
Para o atacante Bentinho, o São Paulo está atuando de uma forma diferente em relação aos primeiros jogos do campeonato, quando conseguiu a maioria de suas vitórias e liderou a competição.
Bentinho afirmou que o time "tem pecado na marcação em todos os setores do campo".
"Precisamos melhorar muito se quisermos disputar o título", acrescentou.

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