São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 1995
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Globo quer recuperar audiência com novela

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

A Rede Globo começa a exibir hoje a novela das oito "A Próxima Vítima" com a expectativa de atingir uma média de 50 a 60 pontos de audiência em seu horário nobre.
Com a trama policial escrita por Silvio de Abreu e dirigida por Jorge Fernando, a emissora quer renovar a temática da teledramaturgia e se manter líder de audiência.
Apesar de "Pátria Minha", que terminou semana passada, ter sido um dos programas de maior audiência da Globo nos últimos meses, seus índices médios ficaram entre 45 e 50 pontos.
Para a emissora, o ideal seria que "A Próxima Vítima" chegasse aos índices médios de 60 pontos de audiência alcançados pela novela "Renascer", de 93 —o que equivale a 6 milhões de telespectadores só na Grande São Paulo.
O texto de suspense de Abreu se insere na estratégia da Globo de investir em novos conteúdos para arejar o gênero do folhetim televisivo. Faz 20 anos que a emissora testou uma novela com trama eminentemente policial: "O Rebu", de Bráulio Pedroso.
Mas a Globo renova sem abandonar o tradicional. A novela "O Rei do Gado", por exemplo, já prevista para substituir "A Próxima Vítima", é uma forma de agradar o mercado rural.
Com programas tradicionais ou não, a meta da Globo é a manutenção de participação mínima de 60% no mercado nacional de audiência —como média dos horários e da cobertura nacional.
"Participação no mercado de audiência" se refere aos aparelhos ligados em determinado horário que estão sintonizados na Globo —e não aos índices de audiência, que se relacionam ao total de TVs existentes, ligadas ou não.
Esta meta de participação estabelece um alto nível de exigência para os responsáveis pelas produções da Globo. Programas de maior audiência, como o Jornal Nacional e as novelas das oito, têm tido uma participação de 65% a 70% dos aparelhos ligados.
A direção da Globo não se mostra preocupada com a transferência da apresentadora Marília Gabriela da Rede Bandeirantes para a CNT, mesmo reconhecendo seu talento profissional.
Para a Globo, nenhum "talk-show" está entre os 150 programas mais vistos pelas classes A/B. Assim, a direção da Globo diz não se incomodar com Gabriela ou mesmo com o programa "Jô Soares, Onze e Meia", do SBT.
Uma das preocupações da emissora carioca é o trabalho a ser desenvolvido pelo ex-global Daniel Filho, novo superintendente de programação e operações da Rede Bandeirantes.
Para a direção da Globo, porém, pesa contra a Bandeirantes a contratação da produtora carioca TV Plus para dar reinício ao núcleo de teledramaturgia da rede paulista.
Na avaliação da cúpula global, a TV Plus tem produzido mal, inclusive para a emissora carioca. Foi considerada muito ruim a qualidade artística da minissérie "O Sorriso do Lagarto", produção da TV Plus que a Globo exibiu em 91.
A Folha procurou o dono da TV Plus, Sérgio Waismann, para responder à crítica, mas foi informada que ele estava fora do país e seria a única pessoa autorizada a falar sobre o assunto.

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