São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Trama terá família de negros

DA REPORTAGEM LOCAL

"A Próxima Vítima" terá um núcleo de personagens negros. Foram duas as razões apontadas por Silvio de Abreu para isso: retratar os "diferentes matizes sociais de São Paulo" e dar espaço à nova —e boa, na opinião do autor— geração de atores negros.
Os Noronha procuram retratar uma típica família de classe média paulistana. O patriarca Cleber (Antonio Pitanga) é uma íntegro contador, que balança após receber uma tentadora proposta desonesta.
Sua mulher é a moralista Fátima (Zezé Motta) e os filhos, o esforçado gerente de banco Sidney (Norton Nascimento), o estudante de direito Jefferson (Lui Mendes) e Patrícia (Camila Pitanga), que sonha em ser modelo.
Silvio de Abreu nega que a inclusão do núcleo tenha sido influenciada pelas acusações de racismo que sofreu a antecessora de "A Próxima Vítima" na faixa das 20h, "Pátria Minha".
O grupo Geledés SOS/Racismo entrou com uma petição na Justiça contra a novela, alegando que o jardineiro negro Kennedy (Alexandre Moreno) não reagiu de modo digno às ofensas racistas a ele dirigidas pelo empresário Raul Pelegrini (Tarcísio Meira).
Tal atitude contribuiria para diminuir a auto-estima do negro.

Texto Anterior: Globo quer recuperar audiência com novela
Próximo Texto: Wes Craven vê o horror como fábula
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.