São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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CEI do Banespa isenta Quércia e Fleury

DA REPORTAGEM LOCAL

O relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banespa isenta de responsabilidade pela atual crise financeira do banco os ex-governadores paulistas Orestes Quércia e Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB).
Com a exclusão, a responsabilidade acabou recaindo sobre os ex-secretários da Fazenda José Machado de Campos Filho e Frederico Mazzucchelli, o ex-presidente do BC, Ibrahim Eris, o ex-presidente do Banespa Wadico Waldir Bucchi, o ex-delegado regional do BC em São Paulo Altino Cunha (hoje interventor do Banespa) e outros diretores do banco.
O relatório (96 páginas) eximiu Quércia e Fleury porque o deputado Erasmo Dias (PPR) convenceu parte dos membros da CPI de que o artigo 48 da Constituição Estadual não enquadra a questão financeira do banco como crime de responsabilidade do governador.
Assim, todas as vezes em que o nome dos ex-governadores apareciam no relatório, sua manutenção era colocada em votação. Por seis votos a três foram excluídos.
Votavam pela manutenção Lucas Buzato (PT, relator da CPI), Jamil Murad (PC do B) e Kal Machado (PSDB). Pela exclusão votaram Erasmo Dias, Oswaldo Bettio (PSD), Nelson Salomé (PL), Fernando Silveira (PTB), Lobbe Neto e Barroz Munhoz (PMDB, este último presidente da CPI).
O presidente Fernando Henrique Cardoso também foi excluído do relatório final. Cardoso era citado por ter apresentado, em 28/11/90, projeto de resolução no Senado prorrogando de 30 daquele mês para 7/12/90 o prazo para a realização de operações ARO (Antecipação de Receita Orçamentária).
O projeto foi aprovado e, em 6/12/90, Quércia tomou emprestado mais US$ 220 milhões junto ao Banespa, aumentando a dívida do Estado. As AROs representam hoje 30% da dívida que o Estado tem com o Banespa (US$ 11 bilhões).
A CPI vai sugerir medidas jurídicas com a finalidade de tentar acabar com a intervenção no banco, considerada inconstitucional.

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