São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Covas tem maioria apertada

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao contrário de Orestes Quércia e Luiz Antonio Fleury Filho, o governador Mário Covas vai ter uma maioria apertada no início dos trabalhos da nova Assembléia em São Paulo.
Oficialmente, o tucano conta com apenas 22 votos (a soma de deputados da coligação que o elegeu, PSDB e PFL).
Mas os líderes do PSDB já contabilizam o apoio extra-oficial de 50 deputados, conquistados através de articulações do próprio Covas, do chefe da Casa Civil, Robson Marinho, e do deputado tucano Ricardo Trípoli.
A base do governador será formada, além do PSDB e do PFL, por grupos de outros partidos.
A contabilidade dos tucanos prevê o apoio de quatro deputados do PMDB, nove do PPR, cinco do PTB, cinco do PL, dois do PRP, dois do PSD e um do PV.
Fleury terminou seu mandato com o apoio de 54 deputados, número suficiente para aprovar qualquer projeto de sua autoria.
Tanto o deputado Ricardo Trípoli, candidato do PSDB a presidente da Assembléia, quanto Robson Marinho, dizem que o governador não terá uma base de apoio estável. "Covas nunca agiu com uma base estática", diz Trípoli.
Ambos afirmam que as discussões com os deputados em torno de projetos de Covas serão "pontuais", ou seja, a cada proposta haverá uma negociação.
Dentro dessa proposta, os tucanos pretendem atrair também votos do PT, que já decidiu oficialmente que será oposição, para projetos na área social.
O deputado Rui Falcão, que amanhã assume a liderança da bancada do PT na Assembléia, prefere aguardar o início dos trabalhos do Legislativo para comentar a base de apoio de Covas. "Somos oposição, mas não descartamos o diálogo".
Falcão, porém, já tem uma série de críticas ao governo Covas. Entre elas, o suposto esvaziamento do Estado promovido pelo governo tucano sob o argumento de enxugar a máquina, e a "maximização" da crise financeira de São Paulo.
"Covas passou os dois primeiros meses denunciando a crise financeira do Estado gerada por seus antecessores", diz o petista.
Líderes de bancada e assessores parlamentares ouvidos pela Folha dizem que os deputados que tomam posse amanhã são menos "fisiológicos" e têm maior ligação com movimentos sociais.

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