São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Governo contesta reportagem da Folha

A seguir, a íntegra da nota distribuída ontem pelo Banco Central referente à reportagem publicada pela Folha sobre leilão de compra de dólares na sexta-feira.

NOTA À IMPRENSA
A respeito da matéria veiculada na edição de 13 de março de 1995, da Folha de S.Paulo, intitulada "BANCOS ANTECIPAM COTAÇÃO DE DÓLAR DO BC", vem o Banco Central do Brasil a público para esclarecer o assunto, com o intuito de evitar que interpretações levianas e descabidas venham a distorcer fatos e confundir a opinião pública no que concerne à atuação do banco na condução da política cambial do governo.
Trata-se da listagem reproduzida no corpo da matéria em questão, evidenciando o resultado do primeiro leilão de compra de dólares efetuado pelo Banco Central na manhã de sexta-feira, 10 de março, de dado público, ao qual têm acesso todas as instituições ligadas ao Sistema de Informação do Banco Central — Sisbacen.
A implementação do leilão de que se trata ocorreu absolutamente de acordo com a prática usualmente utilizada para as operações da espécie, através da qual o Banco Central atua no mercado por meio de seus "dealers" (instituições credenciadas especificamente para esse fim), vendendo ou comprando moeda estrangeira via leilões eletrônicos, processados no âmbito do Sisbacen. Até a divulgação final do resultado dos leilões, a mesa de câmbio do Banco Central não tem conhecimento dos nomes das instituições participantes, sendo o "corte" das propostas feito com base nas taxas oferecidas.
A dispersão de taxas verificada é comum nesses leilões, seja porque as instituições participantes pretendem "testar" os limites operacionais praticados pelo Bacen, seja porque, para os "dealers", a participação é obrigatória (lance mínimo de US$ 500 mil) e, no caso de não haver interesse específico de um "dealer" em participar de um determinado leilão, naturalmente a taxa oferecida por essa instituição tende a distanciar-se daquela praticada no mercado no momento do leilão.
O leilão de compra de dólares que se discute ocorreu à primeira hora do dia seguinte à execução de número recorde de leilões de venda da moeda estrangeira. É natural o desencontro de opiniões a respeito do nível da taxa de câmbio, refletido na grande dispersão apresentada pelas taxas propostas, bem como no fato deste leilão ter tido pouco volume. Ressalte-se que os R$ 0,8800 que a reportagem da Folha aponta —e cuja inclusão no leilão deu-se predominantemente em propostas de lance mínimo de US$ 500 mil— coincidem com o ponto médio da "faixa de flutuação" (banda) então vigente.
Brasília (DF), 13 de março de 1995.

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