São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Déficit se mantém

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As medidas adotadas pelo BC para evitar a fuga de dólares, na sexta-feira, não conseguiram conter num primeiro momento a tendência de déficit no comércio externo.
Na sexta-feira, a balança comercial cambial (exportações e importações contratadas) teve um déficit de US$ 92 milhões.
O governo já está contando com um déficit alto no comércio externo para fevereiro, cujo valor poderá ser anunciado ainda esta semana.
Será o quarto mês consecutivo de déficit comercial (exportações menos importações) desde novembro. Em três meses, o resultado negativo já somou US$ 1,7 bilhão.
Também a saída de investidores externos continuou elevada na sexta-feira, embora o ritmo tenha diminuído muito em relação à quinta-feira.
Na sexta-feira, o país perdeu US$ 387 milhões, mais de doze vezes a média diária de saídas, US$ 30 milhões, calculada no ano até a mudança na política cambial, na segunda-feira passada.
Mas, em relação à saída de investimentos externos, o BC teve sucesso em conter o pânico da quinta-feira, quando US$ 1,5 bilhão deixou o país. Esse número ficou pouco abaixo do total de saídas no ano até a quarta-feira passada, que foi de US$ 2,1 bilhões.
Balança
O governo divulga, nas próximas horas, o resultado da balança comercial no mês de fevereiro, que será novamente deficitário. Este déficit será alto, porém inferior a US$ 1 bilhão.
A Folha apurou que a maior parte deste déficit foi provocado pelas importações de carros.
Déficits consecutivos significam que o país perde dólares de suas reservas. As últimas medidas na política cambial, que desvalorizaram o real em relação ao dólar, visavam reverter esta tendência de déficit na balança comercial.

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