São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Uniforme dá poder, diz coronel

RODRIGO BERTOLOTTO
DO ENVIADO A GUAYAQUIL

Desde sexta-feira, 17h locais, Edmundo é vigiado pelo coronel Galarsa, da Polícia Nacional em Guayaquil.
O comandante, que usa roupa de camuflagem, diz que o seu uniforme 'impressiona e dá poder'. Galarsa não pôde prender o jogador, que não saiu do quarto.
(RB)

Folha - O sr. acreditava que Edmundo iria tentar descer à recepção?
Coronel Galarsa - Sei que não iria sair. Estou só cumprindo minha função.
Folha - Quando tempo por dia está o sr. no hotel?
Coronel Galarsa - Fico das 7h à 0h. No horário que não estou, há agentes.
Folha - Por que os policiais estavam camuflados?
Coronel Galarsa - O uniforme camuflado impressiona e nos dá poder.
Folha - O senhor cogitou entrar no quarto de Edmundo e prendê-lo?
Coronel Galarsa -Para isso, necessitaria de uma ordem do juiz para não levar em conta a lei da inviolabilidade da propriedade privada.
Folha - Há um veículo antimontim a meio quarteirão do hotel...
Coronel Galarsa - Mas isso não tem nada a ver com o caso de Edmundo. Ali fica o consulado dos EUA e sempre há protestos dos estudantes e, às vezes, temos que usar o veículo para dispersar manifestações.
Folha - O sr. já esteve em situações como esta?
Coronel Galarsa - Em 94, o cantor Luis Miguel recebeu uma ordem de não-saída do país. Ficou nesse mesmo hotel.
Folha - Qual o motivo?
Coronel Galarsa - Ele tinha um contrato com uma TV e não foi à gravação. A empresa se sentiu lesada e entrou na Justiça. Mas houve um acordo entre as partes.

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