São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Palmeiras foi inábil, diz jurista

RODRIGO BERTOLOTTO
DO ENVIADO A GUAYAQUIL

Para o jurista equatoriano Germánico Maia, o Palmeiras foi inábil no caso Edmundo.
"Os dirigentes não procuraram assessoria jurídica e confiaram em um acordo extra-oficial", disse Maia, para quem o clube devia ter contratado um advogado.
"Ele trataria do caso e Edmundo não teria que passar tudo isso que aconteceu", disse o jurista.
Na quarta, Seraphim Del Grande, vice-presidente do clube, sabendo da queixa, combinou uma visita na quinta à sede da TV Telesistema, onde Edmundo se desculparia pelo incidente.
Enquanto isso, o caso corria em Quito, onde foi feita a denúncia.
No dia que Edmundo foi à TV, o cinegrafista viajou a Quito para reconhecer sua assinatura nos documentos da queixa —tipo de confirmação da denúncia.
Na sexta, o juiz Honger Villabicencio expediu a medida de proibição de saída do país e detenção domiciliar do atacante.
Às 12h, Del Grande entrou em contato com a Embaixada do Brasil, que indicou o advogado Iván Guerron para a defesa.
Depois, o dirigente do Palmeiras iniciou negociações com o dono da Telesistema, Carlos Mu¤oz Insua, para a retirada da queixa.
O acordo não foi feito, a Justiça equatoriana terminou seu expediente às 17h e o caso só teve prosseguimento ontem.
"O Palmeiras necessitava de um advogado com uma procuração do jogador para dinamizar o acordo", disse o jurista.
Sobre a detenção do atleta, Maia, que foi consultado pelo advogado de acusação, José Maria Borgia, disse que Edmundo ficou no hotel porque se tratava de um famoso jogador.
"O correto era ele ter sido detido em um local determinado pela polícia", afirmou à Folha.
Segundo ele, a retirada da queixa pode ser feita a qualquer hora. "Mesmo com o caso adiantado, as partes podem chegar a acordo e desistirem da queixa", disse.
(RB)

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