São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Mostra leva arte brasileira a Londres

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

Uma exposição com oito artistas brasileiros, aberta na última quinta-feira na October Gallery, em Londres, traz uma amostra da arte contemporânea do Brasil, que aos poucos vai conquistando seu espaço na Europa.
"New Brazilian Art" reúne, em sua maior parte, trabalhos de artistas que vivem na Europa e fogem do folclore normalmente associado às obras brasileiras.
Segundo Carla Barboza Pinto, 26, da promotora Aida, que organizou a exposição, a proposta é acabar com as divisões que ainda existem no exterior entre arte do Primeiro e do Terceiro Mundo.
Ela afirma que a escolha do local teve a preocupação de atingir um público diversificado. "A October Gallery expõe trabalhos estrangeiros, mas não apenas de países considerados do Terceiro Mundo."
Daisy Xavier, 42, em sua primeira exposição na Europa, é a única entre os artistas da mostra que vive no Brasil. Seus dois quadros apresentados têm como característica a utilização de diversos materiais sobre a tela.
"Eu uso asfalto, cera, tinta e coloco muitos objetos pessoais, como pedaços de lençol e cortinas da minha casa", diz.
George Iso, 46, tem trabalhado na Europa há muitos anos, mas preferiu trazer para a exposição um de seus quadros mais claros, que inspiram o ambiente e o clima latino. "Escolhi uma obra azul exatamente para trazer um pouco da luz do Brasil", afirma.
Iso diz que qualquer iniciativa de promoção da arte do Brasil é importante, mas acredita que os brasileiros já têm um espaço conquistado no exterior. "A arte brasileira não fica nenhum degrau abaixo de qualquer país europeu."
"New Brazilian Art" é a segunda fase de um projeto organizado pela Aida de divulgar trabalhos abstratos do Brasil em Londres. No final de 93, uma exposição reuniu obras de oito artistas brasileiros que viviam no Reino Unido.
A mostra é uma ampliação para trabalhos dos que vivem na Europa. "Achamos bom já incluir desta vez uma pessoa que vive no Brasil (Daisy Xavier) para fazer uma ponte com a terceira exposição", diz Carla Pinto.
No próximo ano, os promotores deverão organizar uma mostra de arte contemporânea com artistas que vivem no Brasil.

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