São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Tecelagens dão pano para moda

ERIKA PALOMINO

ERIKA PALOMINO; EVA JOORY; JACKSON A.
COLUNISTA DA FOLHA

A moda de São Paulo deu mais uma prova de profissionalismo na última semana, com o evento Seleção Rhodia, dentro da 27ª feira Fenatec. Para demonstrar as propriedades das microfibras Meryl e Setila, a Rhodia convocou 12 marcas, que em seus diferentes estilos interpretaram os tecidos desenvolvidos por tecelagens paulistas.
Para os profissionais do setor têxtil, uma importante amostra das possibilidades de uso dessas microfibras; para o meio de moda, uma ótima oportunidade para conferir o trabalho de estilistas de diferentes estilos em condições específicas de material e tempo.
Assim, Alexandre Herchcovitch (para a Santa Constancia), volta a suas origens ao lidar diretamente com o corte —contra sua corrente fase de se aprimorar no acabamento, como visto no último Phytoervas— e brilha nos vestidos em cetim preto recortados aleatoriamente no corpo das modelos.
Em outra comparação com o Phytoervas, Fause Haten (tecelagem São Clemente) superou sua performance, num desfile lúdico com bons momentos sobretudo no uso dos maiores volumes.
Walter Rodrigues (tecidos Dalutex) trouxe heroínas fashion à passarela, de "Bond girls" a divas com "allure" grego, passando por suas já clássicas mulheres anos 40. Mostrou conhecimento e sensibilidade no trabalho com texturas.
Também do último Phytoervas, mas desta vez uma novata, Annelise de Salles (para a Mamut) foi a boa surpresa. Evoluiu principalmente nas formas, demonstrando mais maturidade e tranquilidade. Destaque para as estruturas justas e fragmentadas de blusas e tops.
Entre os mais jovens, Fabiana Mortari e Juliana Kaufman (ambas para a Selene) foram exceção, com uma moda antiquada e entediante. Já Fabiano Moutinho, Lorenzo Merlino (ambos para a Hudtelfa), mais os meninos da Einstein (P.Sayeg) provaram que estão de olhos atentos e abertos (arregalados demais para Helmut Lang, no caso da Einstein).
Special K. e Salve Rainha criaram para a Berlan, mas não chegaram a inovar muito; foram apenas corretos —como Marisa Ribeiro (para a Mamut). O primeiro nos consagrados looks lingerie; Salve Rainha com seus alegres sintéticos. Por sua vez, Sylvie Leblanc e Maira Himmelstein (Pirituba) soaram algo inadequadas a formas mais modernas.

Colaboraram EVA JOORY, da Reportagem Local, e JACKSON A., free-lance para a Folha

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