São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Cineasta vê Beethoven como astro de rock

JAIR RATTNER
DE LISBOA

Beethoven virou "superstar" no último filme do diretor inglês Bernard Rose. Em "Minha Amada Imortal" (Imortal Beloved), que estréia no Brasil no dia 7 de abril, Rose conta sua versão sobre quem era a mulher para a qual Beethoven deixou suas músicas depois de morto.
O compositor chamou-a de paixão imortal em uma carta, publicada depois de sua morte.
Para Rose, que já dirigiu os filme "Candyman" e "A Casa dos Sonhos", Beethoven era no começo do século passado uma estrela comparável aos atuais cantores de rock.
"Na vasta indústria de livros escritos sobre Beethoven nos últimos 150 anos, ninguém consegue chegar a um acordo sobre os fatos mais básicos da sua vida, começando pela data de nascimento. Existe uma enorme discussão entre os estudiosos e há cerca de 20 'candidatas' diferentes para a paixão imortal de Beethoven", afirmou Rose em Lisboa, onde foi apresentar o filme.
Produzido por Mel Gibson e Bruce Davey e com o inglês Gary Oldman e Isabella Rossellini nos papéis principais, o objetivo do filme foi divulgar a música de Beethoven.
"Para mim, o mais importante era a música. A minha diversão foi encontrar uma forma de contar uma história interessante sobre Beethoven, uma maneira de apresentar a música para um público que normalmente não ouve esta música", conta Rose.
Nos Estados Unidos, Rose alcançou o que queria. A trilha sonora do filme já vendeu meio milhão de cópias e é o disco clássico mais vendido dos últimos 25 anos. "Está entre os 50 mais vendidos segundo o ranking da 'Billboard', que inclui a música pop", afirma Rose.
O filme foi rodado na República Tcheca, que na época de Beethoven fazia parte do Império Austro-Húngaro, onde o compositor viveu.
"Saindo de Praga, no sul da Morávia, encontram-se palácios da aristocracia vienense que ainda mantêm toda a mobília da época", diz Rose.
A filmagem misturou quatro línguas. "Italiano nos figurinos e cenários, tcheco no departamento de arte e figurantes, equipe de câmera inglesa, produção americana, iluminadores e eletricistas franceses e atores de todos os lados. As coisas ficavam complicadas quando eu precisava do intérprete do tcheco para o inglês e só estava lá o do tcheco para o italiano", lembra o diretor.

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