São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 1995
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Inseminação artificial pode transmitir HIV

PAULO FERNANDO SILVESTRE JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

Mulheres que se submeteram a técnicas de inseminação artificial antes de 1986, inclusive no Brasil, podem estar contaminadas pelo HIV —o vírus causador da Aids.
A conclusão de pesquisadores dos EUA foi publicada na edição desta semana da revista da Associação Médica Americana.
Ainda que casos de infecção de HIV através de inseminação artificial sejam raros, é possível que existam mulheres que desconheçam que estejam infectadas pelo HIV adquirido por inseminação artificial antes de 1986, disse Maria Rosario G. Araneta, que liderou a equipe responsável pela pesquisa, do Departamento de Serviços de Saúde dos EUA.
Desde 1986, os bancos de sêmen realizam testes para detecção entre seus doadores.
Segundo Roger Abdelmassih, coordenador do Setor de Reprodução Assistida da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, o risco da ocorrência desse tipo de contaminação é desprezível.
Ele informa que os centros brasileiros começaram a realizar os testes para identificação do HIV na mesma época que os EUA, entre 1986 e 1987.
" Nos centros de bom nível, é praticamente impossível a transmissão do HIV", diz.
" Hoje não se usa mais sêmen fresco", acrescenta. Isso permite melhor controle do doador. Segundo Abdelmassih, não há caso do gênero registrado no país.
Pelas técnicas atuais, o sêmen fica congelado por, pelo menos, seis meses, não podendo ser usado nesse período.
Passado esse tempo, o doador faz um segundo teste para detecção do HIV (o primeiro é feito antes da doação). Segundo Abdelmassih, isso eliminaria a possibilidade de o sêmen estar contaminado, pois os seis meses seriam suficientes para os anticorpos contra o HIV serem detectados.

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