São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 1995 |
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Mercado de câmbio volta a ficar intranquilo
RODNEY VERGILI
Logo pela manhã surgiram boatos de que o diretor do BC (Banco Central), Gustavo Franco, estaria demissionário. O BC chegou a anunciar leilão de venda de dólar, mas houve cancelamento logo em seguida. Os técnicos do BC informaram que o leilão era apenas uma simulação e argumentaram que não houve a necessidade de intervenção ontem, pois a alta do dólar teria sido causada por "interpretações erradas" do mercado e revertidas no mesmo dia. As Bolsas registraram baixa no início da manhã, recuperando-se após desmentido do Banco Central. No período da tarde, as saídas financeiras se aceleraram e levaram as cotações do dólar comercial para cima. A agitação no mercado cambial provocou novas baixas nas Bolsas de Valores. O índice da Bolsa paulista fechou com queda de 2,56% e o indicador Senn (Rio) teve redução de 1,6%. Os preços das ações da Telebrás ON caíram 7,4%, liderando as baixas do índice da Bolsa paulista. Armando de Toledo, diretor da corretora Magliano, diz que as empresas já começam a achar que os preços de suas ações em Bolsa estão baixos e passaram a recomprar seus papéis. Ele observou que ontem mesmo a Brasmotor anunciou a aquisição de até 60 milhões de ações PN para permanência em tesouraria. Os boatos de que o diretor do Banco Central, Gustavo Franco, estaria demissionário e a agitação no mercado cambial provocaram também elevação nas taxas de juros. A taxa de juro (DI) no mercado futuro da Bolsa de Mercadorias & Futuros projetada para este mês passou de 4,45% para 4,55%. Os juros dos CDBs para a equivalência de 33 dias era de 67,13% no dia anterior, subindo para 68,50% ao ano ontem. JUROS Curto prazo Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,132%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 6,01% ao mês, projetando 4,25% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 6,12% ao mês, projetando 4,39% no mês. As cadernetas que vencem hoje rendem 2,0925%. CDBs prefixados de 33 dias negociados ontem: entre 40% e 69,4% ao ano. CDBs pós-fixados de 153 dias: 15% a 15,3% ao ano mais a variação da TR. Empréstimos Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 7,37% ao mês, projetando rentabilidade de 5,36% no mês. Para 33 dias (capital de giro): de 87% a 148% brutos ao ano. No exterior Prime rate: 9%. Libor: 6,38%. AÇÕES Bolsas São Paulo: baixa de 2,56%, fechando com 29.394 pontos e volume financeiro de R$ 223,25 milhões. Rio: queda de 1,6%, encerrando a 13.961 pontos e movimentando R$ 23,38 milhões. Bolsas no exterior Nova York: o índice Dow Jones fechou a 4.038,37 pontos. Londres: o índice Financial Times encerrou a 2.349,50 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 16.666,83 pontos. DÓLAR E OURO Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,892 (compra) e R$ 0,893 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,880 (compra) e R$ 0,881 (venda). "Black": R$ 0,885 (compra) e R$ 0,895 (venda). "Black" cabo: R$ 0,885 (compra) e R$ 0,895 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,865 (compra) e R$ 0,905 (venda), segundo o Banco do Brasil. Ouro: alta de 1,11%, fechando a R$ 10,97 o grama na BM&F. Câmbio contratado O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) neste mês até o último dia 14 é positivo em US$ 227,64 milhões. As saídas financeiras superam as entradas de dólares em US$ 3,06 bilhões. O saldo total (comercial e financeiro) está negativo no mesmo período em US$ 2,83 bilhões. No exterior Segundo a "Reuter", em Nova York, o dólar foi cotado a 1,3890 marco alemão e a 89,45 ienes. A libra fechou a US$ 1,6000. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 386,20. FUTUROS No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para março fechou a 4,55% e para abril a 4,59% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para abril ficou a 28.900 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para março fechou a R$ 0,911 e a R$ 0,941 para abril. Texto Anterior: Produtor do Sul protesta contra política agrícola Próximo Texto: Cavallo prevê 'complicações' sem ajuste Índice |
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