São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 1995![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Cavallo prevê 'complicações' sem ajuste
SÔNIA MOSSRI
A discussão das medidas do pacote fiscal continuaram mesmo após mesmo a divulgação da morte do filho do presidente Carlos Menem, Carlos Menem Júnior. Cavallo disse que a "situação econômica argentina pode se complicar" caso o Congresso não aprove o ajuste. Os partidos de oposição, especialmente a UCR (União Cívica Radical) e a Frepaso (Frente País Solidário) deixaram de obstruir a votação. Deram quórum , mas não pouparam críticas ao aumento de tributos. O secretário geral da Presidência da República, Eduardo Bauzá, e o líder do Partido Justicialista na Câmara, Jorge Matzkin, apostavam na aprovação ao longo da madrugada. A indefinição quanto à aprovação do pacote e morte do filho do presidente provocaram queda na Bolsa de Valores de Buenos Aires, depois de três dias de alta. O mercado de ações registrou uma baixa de 3,11%. Antes da morte do filho, o presidente Menem fez um apelo aos parlamentares, independente de partido, para aprovar as medidas. O pacote é essencial para a formalização do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Cavallo anunciou o acordo com o Fundo na noite de segunda-feira. Este acerto, que ainda falta ser referendado formalmente pela direção do FMI, possibilita o acesso a US$ 7 bilhões, incluindo recursos de bancos comerciais e organismos multilaterais. A estratégia do governo foi buscar aliados junto aos partidos provinciais. No final da tarde de ontem, esta aliança começou a dar resultados. O Senado aprovou mudanças da ligislação trabalhista, permitindo diferentes fórmulas de contratação- temporária, experimental e fomento ao trabalho. Na prática, isto reduz os encargos trabalhistas. O secretário da Fazenda, Ricardo Gutierrez, reconheceu ontem que o aumento de impostos pesará no bolso de todos os argentinos. "Às novas medidas terão efeito sobre todos os segmentos- empresários, governo e trabalhadores", disse Gutierrez. O aumento da alíquota de 18% para 21% do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) tem um impacto de mais de 2% nos preços. O efeito recessivo- queda da produção, redução do consumo e aumento do desemprego- terá impacto nos próximos meses. Em março, ainda sob o impacto da falta de crédito, está prevista nova deflação. O secretário de Programação Econômica, Juan Llach, prevê uma deflação de 0,2% em março. Deflacão é caracterizada pela ausência de crédito em relação à oferta de bens e serviços. O presidente da Bolsa de Valores de Buenos Aires, Julio Macchi, afirmou ontem que as medidas necessárias para recuperar a credibilidade do programa de estabilização implicará em queda da atividade econômica. Bancos A crise de falta de recursos no sistema financeiro permanece. O Banco Multicrédito não abriu suas portas ontem. O Banco de Mendonza está restringindo a entrega de depósitos aos clientes. O Banco de Mendonza (instituição provincial estatal) somente está permitindo saques até US$ 200,00 por semana. Texto Anterior: Mercado de câmbio volta a ficar intranquilo Próximo Texto: Juros disparam no México Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |