São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 1995
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Edmundo joga em cassino antes de voltar

RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL A GUAYAQUIL

A principal diversão de Edmundo em seu primeiro dia de liberdade no Equador foi o cassino do hotel Oro Verde, em Guayaquil, cidade portuária do país.
O atacante do Palmeiras ficou de sexta até segunda-feira trancado no apartamento 220 do mesmo hotel, porque não podia deixar o Equador nem ao menos sair do quarto, já que tinha uma ordem de prisão.
Depois que o Palmeiras pagou uma indenização de US$ 10 mil ao canal Telesistema e que a queixa foi retirada, Edmundo pôde sair do quarto e jogar videopoquer e bacará, anteontem, no cassino.
O jogador teve como cicerone Regina Vanuchi, 34, a agente de viagem que trabalha para o Palmeiras.
Por aproximadamente três horas, os dois jogaram videopoquer em duas das 14 máquinas que o cassino possui.
A casa tem ainda 34 caça-níqueis, quatro roletas e mais seis mesas de bacará (jogo de carta similar ao 21, onde o jogador tem que somar 21 pontos com duas ou três cartas).
Se durante a tarde a diversão foi o pôquer eletrônico, à noite a mesa de bacará esperava pelo jogador.
Edmundo arriscou, sem muito sucesso, a sua sorte até as 3h.
No Equador, o jogo é permitido e a cidade de Guayaquil tem cinco grandes casas. Edmundo visitou a maior delas.
O jogador brasileiro abriu mão de duas outras opções para se divertir na noite de anteontem.
Uma delas seria assistir o jogo entre Grêmio e Emelec (2 a 2), pela Taça Libertadores da América.
Outro alternativa seria conhecer uma das "salsotecas" de Guayaquil, casas de dança onde só tocam música caribenha.
Ontem, Edmundo saiu de seu quarto por volta do meio-dia, mas não demorou muito a retornar.
Ele ficou a tarde toda assistindo televisão, a principal atividade de suas 97 horas de reclusão no Equador.
O jogador do Palmeiras, que não se negou a ser entrevistado pela Folha, viu o segundo andar do hotel, onde fica seu quarto, ser quase totalmente ocupado pela chegada de um grupo de 20 turistas norte-americanos.
Era um grupo de aposentados, que acabara de chegar das ilhas de Galápagos, principal ponto turístico do país sul-americano.
Durante a tarde de ontem, o diretor de futebol do Palmeiras, Alberto Strufaldi, tratou de providenciar atestados de vacinação contra a febre amarela.
Os atestados serviriam para a liberação dos quatro integrantes que fazem parte da minidelegação palmeirense em Guayaquil.
Além de Strufaldi e Edmundo, fazem parte desta minidelegação a agente de viagens Regina Vanuchi e o treinador de goleiros do Palmeiras, Valdir Joaquim de Moraes.
O documento tem que ser exibido nos vôos com destino ao Brasil, com procedência do Equador, Colômbia e Venezuela.
Edmundo deixaria o hotel às 18h locais e embarcaria às 20h30, rumo à São Paulo.
O vôo da companhia costa-riquenha Lacsa deve ter duração de 9 horas e fará escala nas cidades de Quito, capital do Equador, e no Rio de Janeiro.
A chegada a São Paulo está prevista para às 7h de hoje.
O Palmeiras organizou uma entrevista coletiva do jogador no aeroporto de Cumbica, Guarulhos, às 8h.
Em solo brasileiro, o Palmeiras e o jogador dariam sua versão dos acontecimentos da última semana no Equador.
Edmundo não vai participar do jogo de hoje contra o Rio Branco, pelo Campeonato Paulista, no Parque Antarctica.
A decisão foi do técnico Valdir Espinosa, que manterá Maurílio em seu lugar.
Edmundo voltará o time, sábado, contra o Novorizontino.

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