São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 1995
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Ex-chanceler Caputo passa a apoiar Bordón

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

O ex-chanceler argentino Dante Caputo trocou a União Cívica Radical para assumir o comando da campanha do candidato da Frepaso (Frente País Solidário), José Octavio Bordón, à Presidência.
Caputo foi ministro das Relações Exteriores do governo Alfonsín (83-89) e é uma das principais lideranças da UCR. Ele abandona a UCR quando o partido enfrenta uma das suas piores crises.
O candidato da UCR a presidente, Horacio Massaccesi, despenca nas pesquisas de intenção de voto.
Em dezembro, ele chegou a alcançar 38% nas pesquisas. Começou a cair depois dos problemas financeiros da Província de Rio Negro, da qual é governador.
Caputo disse ontem que há muita "insatisfação" na UCR. "Eu diria que existe uma diáspora potencial por causa do imenso descontentamento dos militantes sobre o partido", observou.
Massacessi tem hoje cerca de 18% das intenções de voto, enquanto Bordón atinge 28%.
O presidente Carlos Menem, candidato a um segundo mandato nas eleições de 14 de maio, tem 40% das intenções de voto, de acordo com pesquisa do Gallup.
Para ganhar as eleições no primeiro turno, é preciso 40% dos votos válidos mais 10% de diferença em relação ao segundo colocado. Menem ganharia hoje já no primeiro turno.
A UCR entrou em crise depois que o presidente do partido, Raúl Alfonsín, fez um acordo com Menem, no final de 1993, para a revisão constitucional.
Este acerto, conhecido como "pacto de Olivos", permitiu a candidatura de Menem a um segundo mandato, mediante a aprovação de emenda constitucional.
Massaccesi não gostou da saída de Caputo. "É uma atitude repudiável." O porta-voz de Alfonsín, Simon Lázara, defendeu ontem a expulsão de Caputo do partido.
Caso Bordón ganhe as eleições, Caputo será chefe do Gabinete Civil da Casa Rosada.
(SM)

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