São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995
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Venezuela desloca tropas para fronteira

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo da Venezuela anunciou alerta militar na fronteira com a Colômbia para combater ataques de rebeldes colombianos.
O presidente da Venezuela, Rafael Caldera, ordenou ontem o deslocamento de tropas para os quatro Estados que ficam ao longo dos 2.219 km de fronteira —Zulia, Táchira, Apure e Amazonas.
Rebeldes do Exército de Libertação Nacional da Colômbia atacaram um posto fronteiriço no rio Cararobo no dia 26 de fevereiro, matando oito integrantes da Marinha venezuelana.
No início da semana, a Venezuela expulsou cerca de 200 colombianos estabelecidos na região de Sierra de Perija. A Colômbia protestou formalmente.
Segundo a Venezuela, os colombianos estavam cultivando papoula para a produção de heroína, sob a proteção dos rebeldes.
Ministros venezuelanos também aprovaram a instalação de tribunais militares na zona fronteiriça para julgar os crimes relacionados aos conflitos.
Centenas de colombianos saíram voluntariamente ou foram deportados da Venezuela. Outros foram ameaçados, segundo o procurador colombiano Jaime Trivino.
Até ontem, cerca de 300 colombianos haviam fugido para localidades na Colômbia para não serem expulsos da Venezuela. Outros 47 haviam sido deportadas.
O governo venezuelano disse que antecipou por motivos de segurança a repatriação de aproximadamente 1.200 pessoas de nacionalidade colombiana que cultivam terras numa região sujeita a incursões ocasionais de guerrilheiros colombianos.
O governo da Colômbia pediu à chancelaria venezuelana que seus agentes consulares participem das operações de deportação dos colombianos da Venezuela. Mas a cônsul em Caracas não recebeu autorização para visitar a fronteira.
Militares colombianos afirmaram que a ordem do presidente da Colômbia, Ernesto Samper, era esfriar o debate sobre os problemas fronteiriços.
Samper afirmou que deve fazer hoje uma visita à fronteira com a Venezuela para inspecionar de perto a situação.
Em Paris, os chanceleres da Colômbia, Rodrigo Pardo, e da Venezuela, Miguel Angel Burelli, se disseram preocupados com os problemas fronteiriços.
Eles participam de reunião entre ministros do Grupo do Rio e da União Européia sobre o combate ao narcotráfico e a crise econômica latino-americana.

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