São Paulo, sábado, 18 de março de 1995
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Outros presidentes enfrentaram protestos

Collor dizia não ter medo de grito

BRUNO ZENI
DO BANCO DE DADOS

Os ex-presidentes Fernando Collor, José Sarney e João Baptista Figueiredo também enfrentaram manifestações de protestos durante viagens pelos Estados.
Collor foi o mais hostilizado por manifestantes. Pouco antes do início do processo de impeachment, em setembro de 92, ele disse: "Ao poder só se chega pelo voto ou pelas armas. Pelo grito, não. Do grito nós não temos medo".
No final de 91, quando deixava Joinville (SC), foi agredido por um grupo de 300 pessoas que o chamavam de "filho da puta" e "ladrão".
O ex-presidente respondeu agitando uma bandeira do Brasil e, repetindo gesto de campanha, cerrou os punhos. O ônibus que levava Collor ao aeroporto foi atingido por pedras, lama e ovos.
Em abril do mesmo ano, em Juazeiro do Norte (CE), Collor disse em resposta a manifestantes que havia nascido "com aquilo roxo".
Sindicalistas e manifestantes do PT, PC do B, PSB e PDT portavam faixas de "Fora Collor" e "Pela derrubada do governo" enquanto o então presidente discursava.
A manifestação foi dispersada a tapas e pontapés por seguranças da Presidência da República.
Em 1992, ano do impeachment, Collor recebeu vaias durante o desfile de 7 de setembro em Brasília.Dez dias depois, acompanhado da sua mulher, Rosane, foi vaiado ao visitar no Rio sua mãe, Leda, vítima de parada cardíaca. Manifestantes jogavam moedas e notas na direção do presidente.
Sarney
José Sarney teve o ônibus de sua comitiva apedrejado em visita em junho de 87. O ex-presidente deixava o Paço Imperial, no centro do Rio, onde tinha ido comemorar o 1º aniversário da Lei Sarney (de incentivos fiscais para a cultura). Um martelete atingiu o ônibus da comitiva presidencial. Depois do episódio, Sarney afirmou: "Só não me mataram porque não foram lá para isso".
Figueiredo
Em viagem a Florianópolis (SC), em 30 de novembro de 1979, João Baptista Figueiredo foi impedido por seguranças ao tentar investir contra um grupo de estudantes. Eles gritavam palavrões e portavam faixas contra o governo. O tumulto ocorreu em frente ao palácio do governo do Estado. Sete estudantes foram presos e enquadrados na Lei de Segurança Nacional. Foram absolvidos pela Justiça.
Em 84, Figueiredo enfrentou uma série de protestos. Em setembro daquele ano, foi a Salvador (BA) para a inauguração do Aeroporto 2 de Julho. Cerca de 300 pessoas, nos corredores do aeoroporto, vaiaram Figueiredo e chamaram seu candidato a presidente, o então deputado federal Paulo Maluf, de "ladrão". Na mesma hora, mais de 500 estudantes faziam uma passeata de protesto no centro da cidade. (Bruno Zeni)

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