São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995
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Congressistas admitem imagem negativa

DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos deputados e senadores concorda que a imagem do Congresso é a de uma Casa integrada por parlamentares fisiológicos que não trabalham.
A conclusão é de pesquisa Datafolha feita junto a 472 parlamentares (80% do Congresso). Dos entrevistados, 57% concordam que os congressistas têm a imagem de fisiológicos e pouco assíduos ao trabalho. Outros 38% discordam.
A maioria dos que concordam atribui a imagem negativa do Congresso à influência da imprensa (30% das respostas), a colegas que trabalham em causa própria (22%) e aos que deixam de cumprir o seu dever (21%).
No terreno da auto-definição política, a maioria dos parlamentares se considera de centro-esquerda (37%) ou de centro (28%).
A esquerda recebeu 16% das menções, contra 3% dados à direita. A centro-direita é representada por 7% dos parlamentares.
A aliança de supostos social-democratas e liberais, que levou Fernando Henrique Cardoso à Presidência, está em alta no Congresso.
Entre os tucanos, 88% se consideram social-democratas. O número cai para 14% quando os entrevistados são do PFL.
A maioria dos integrantes do PFL (59%) prefere a classificação de liberal, que é escolhida por apenas 5% dos peessedebistas.
Parlamentares do PMDB (60%) e do PDT (77%) também se declaram identificados com a social-democracia, que faz sucesso ainda entre parlamentares de legendas tidas como conservadoras.
Há mais parlamentares do PPR que se consideram social-democratas (49%) do que liberais (28%). No PTB, do banqueiro e ministro José Eduardo Andrade Vieira, a relação é semelhante: 53% de social-democratas e 30% de liberais.
O socialismo é a terceira maior corrente econômica no Congresso, com 17% dos entrevistados.
Os parlamentares do PT (86%) são os que mais se identificam com ela, mas existem congressistas que se dizem socialistas até no PTB (7%), PP (3%) e PFL (1%).
Em relação ao Congresso anterior, cresceu o número dos que se declaram social-democratas (41% para 46%) e socialistas (13% para 17%). A classificação de liberal caiu de 33% para 23%.
O maior percentual de concordância com a afirmação de que o Congresso tem uma imagem negativa vem de parlamentares que se consideram de esquerda, 79%.
O índice cai a 48% entre parlamentares que se definem de centro e a 43% entre os de centro-direita e direita. A afirmação é correta para 56% dos parlamentares que se dizem de centro-esquerda.
A escolha dos responsáveis pela má imagem do Congresso muda de acordo com a orientação política dos entrevistados.
A influência da imprensa é apontada por 39% dos parlamentares que se consideram de centro e 38% dos de direita e centro-direita.
O percentual cai para 21% entre os congressistas que se dizem de esquerda e para 29% entre os de centro-esquerda.
A maioria relativa dos parlamentares que se filiam à esquerda (26%) responsabilizam os parlamentares que trabalham em causa própria pela situação.
Entre os de direita ou centro-direita, apenas 10% apontam os parlamentares que trabalham em causa própria. Atribuem a culpa aos que deixam de cumprir o seu dever 19% deles.

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