São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995
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Corintiano vibra entre inimigos

DA REPORTAGEM LOCAL

O corintiano Rafael Ruiz, 45, pode muito facilmente ser enquadrado como o último torcedor romântico. Ou, no pior dos casos, o mais suicida dos fanáticos torcedores do Corinthians.
A razão é que ele se acostumou a assistir o início dos jogos de seu time sempre sentado em meio à torcida adversária.
Ontem, no estádio do Pacaembu, depois do primeiro gol do seu time, Rafael gritava e mostrava o punho para as pessoas ao seu lado. Difícil imaginar a razão dele não figurar nas estatísticas da violência nos estádios.
Talvez porque os são-paulinos sejam educados demais. Ou porque tudo aquilo é inacreditável, e ele acaba vencendo pelo susto.
"Eu sempre faço isso. Não tenho medo, não. Acho que eles têm que me respeitar. Se eu respeito, eles têm que fazer o mesmo", diz.
Quase um caso clínico, diria qualquer pessoa acostumada às cenas de terror em qualquer clássico paulista.
Antes do fim do primeiro tempo, calmamente ele se levanta e parte em direção a sua torcida. Os outros apenas murmuram enquanto ele passa. Sempre se referindo a seu estado mental.

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