São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995
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Rivalidade em cena

CIDA SANTOS

Uma semana no vôlei para se cantarolar "Nervos de Aço". Na corrida por duas vagas na final, entram em quadra antigas rivalidades, estilos diferentes de jogo e trabalho. Quer um exemplo?
O time da Frangosul se reuniu na semana passada e decidiu: não vai se concentrar nesta fase final da Superliga. Já o Suzano está concentrado e deverá ficar nesse regime fechado por 45 dias.
Métodos opostos em confronto e velhas histórias à tona. A Frangosul disputa as semifinais com o Palmeiras com marcas da temporada anterior.
O levantador Paulo Roese não esquece as semifinais de 94 contra o mesmo Palmeiras. No jogo decisivo, o seu time fez 13 a 8 no quarto set e precisava de apenas mais dois pontos para ganhar o jogo e a vaga. Perdeu os dois.
Situações que ficam marcadas e aumentam as rivalidades. Na luta para não repetir a história, a Frangosul tem hoje na equipe aquele que contribuiu para a sua eliminação: Gílson, o principal atacante de força do Palmeiras na temporada passada. O time tem também Carlão, liberado agora da função de passar e mais solto para atacar.
No Palmeiras, o técnico Renan tem procurado tornar o time mais falante e vibrante em quadra. Seguindo essa meta, fez uma mudança na equipe titular.
Colocou Marcel, um atacante com personalidade mais explosiva, no lugar do quieto Claudinei. Na parte técnica, o time tem Giovane, um dos candidatos a melhor jogador da Superliga, e o bloqueio e a velocidade de Jorge Édson.
No Olympikus-Telesp, você já sabe: complicou a situação, é bola para o Negrão. E nesta série semifinal contra o Suzano, a situação vai complicar e muito. Haja então braço para o Negrão. Na quinta-feira, logo depois de o time eliminar o Banespa, o levantador Maurício fez um elogio rasgado para o companheiro e resumiu o esquema da equipe: "Quem tem Marcelo Negrão, tem meio time".
Mas Negrão já sente a consequência de tanto esforço. Ele calcula que bate uma média de mais de trinta bolas por set. Resultado: com tendinite nos dois joelhos, o jogador não tem conseguido nem mais treinar. Só joga. Nos dois dias seguintes após as partidas, sente dores e só faz fisioterapia.
Na quadra, Marcelo fala que tem conseguido saltar apenas 70% do que pode. Os três primeiros sets são menos doloridos. A partir do quarto, ele diz que joga na "raça". Agora é torcer para os joelhos de Negrão aguentarem.

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