São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995
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Júnior Baiano acusa juiz de embriaguez

ARNALDO RIBEIRO; WILSON BALDINI JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

O árbitro Oscar Roberto de Godói foi o centro das atenções após o jogo de ontem. Sua polêmica atuação conseguiu revoltar todo o time do São Paulo e também alguns jogadores do Corinthians.
A acusação mais grave ao juiz da partida foi feita pelo zagueiro são-paulino Júnior Baiano. Ele afirmou que Godói estava embriagado e por isso teria "estragado o jogo".
"Era só passar por perto dele que dava para sentir o bafo da cachaça", disse Júnior.
Essa declaração e os gestos feitos pelo zagueiro do São Paulo durante o jogo, insinuando que o árbitro estava bêbado, provocaram a reação do diretor da escola de árbitros da Federação Paulista de Futebol, Gustavo Caetano Rogério.
Ele fez Godói registar um boletim de ocorrência contra Júnior Baiano na delegacia móvel do Pacaembu e obrigou o juiz a realizar exame anti-dopagem, e de sangue, para medir sua taxa de álcool.
"Queremos que a verdade venha a público. Nenhuma dúvida pode pairar sobre a arbitragem dele", disse Caetano Rogério.
Depois da partida, Godói se negou a dar entrevistas e deixou o campo xingando os jornalistas que se aproximaram dele.
Júnior pode ser punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação. Os resultados dos exames feitos por Godói devem ser divulgados hoje.
"Não senti cheiro de álcool no juiz, mas que ele estava desequilibrado, estava. Antes da partida, discutiu com nosso preparador físico", disse o atacante Caio.
O volante corintiano Bernardo concordou: "O árbitro estava muito alterado, falando palavrões".

Telê
Quem também reclamou de Godói foi o técnico do São Paulo, Telê Santana.
"Ele não presta. É um vagabundo e desequilibrado. Mas o pior é quem o escala. Se soubesse que ele seria o juiz do jogo, não teria sentado no banco", afirmou.
Telê teve vários problemas anteriores com Godói e chegou a ser expulso pelo juiz por duas vezes.

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