São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995 |
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KRS-One grava com Premier, do Gang Starr
MARCEL PLASSE
Desde 1987 à frente do grupo Boogie Down Productions, KRS-One antecipou as principais tendências do rap —do "gangsta" à canonização pop de Malcolm X. Pioneiro do estilo raggamuffin (mistura de rap e reggae), ainda gravou com Shabba Ranks e a banda de rock R.E.M. Premier, que produz o álbum, também é um pioneiro: ao lado de Guru, no grupo Gang Starr, ajudou a criar o jazz rap. Em "Return of the Boom Bap", jazz e reggae combinam-se a batidas pesadas e berros urgentes, numa produção agressiva. Pela primeira vez, KRS-One grava sem o Boogie Down Productions. Não foi uma separação amigável. No LP anterior, "Sex and Violence", ele destruiu o grupo com ataques a ex-integrantes —principalmente à sua ex-mulher, a rapper Ms. Melodie. O álbum faz referência ao início do grupo: seu título saiu da letra de "South Bronx", de 1987, e o rap "The P Is Still Free" atualiza "The P Is Free", do mesmo ano. Depois de seis anos, Denise, a viciada em crack de "The P Is Free", continua a se prostituir em troca de drogas. É uma metáfora para a falta de perspectivas do gueto. Desde o surgimento do rap, nada foi feito para melhorar a qualidade de vida dos negros pobres dos EUA. Provando que é um poeta de recursos, ele ainda pega um tema batido, em "Sound of Da Police" e "Black Cop", que qualquer outro rapper transformaria em "Fuck Da Police", e inova, ao comparar policiais negros aos escravos encarregados de vigiar o trabalho nas plantações dos brancos. Disco: Return of the Boom Bap Artista: KRS-One Gravadora: BMG Preço: R$ 20,00 (o CD, em média) Texto Anterior: Movieplay investe em reggae e dance music Índice |
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