São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Sindicalistas ameaçam com "onda de greves" CRISTIANE PERINI LUCCHESI CRISTIANE PERINI LUCCHESI; LUIZ ANTONIO CINTRA
"Isso seria uma loucura do governo. Recompor salários só na data-base, como é hoje, já é ruim. Não vamos concordar com mais essa interferência de forma alguma", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à Força Sindical. "O governo deveria segurar a inflação, não os salários, e ficar longe das negociações entre trabalhadores e empresários", disse. Paulinho disse que vai continuar defendendo o reajuste mensal, trimestral e "gatilho" salarial em negociações diretas entre empresas e trabalhadores. Para Carlos Alberto Grana, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, ligado à CUT, a proposta de repassar só parte da inflação aos salários nas datas-bases é "um absurdo". "Eles querem mais uma vez responsabilizar os salários pela inflação", disse Grana. Ele disse que as empresas do ABCD, por exemplo, não repassaram aos preços a antecipação de 15,67% concedida aos metalúrgicos da região em novembro. A categoria tem data-base em abril. Ele afirmou que o sindicato "brigaria até o fim" se a sugestão de Malan virasse lei. A intenção do governo vai provocar forte reação dos sindicatos, principalmente porque a inflação deve se manter nos próximos meses em torno de 2,5%, disse o economista Sérgio Mendonça, diretor-técnico do Dieese. Texto Anterior: IPC-r pode deixar de corrigir salários Próximo Texto: Portuários fazem greve de 48 horas por reajuste e unificação de data-base Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |