São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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Portuários fazem greve de 48 horas por reajuste e unificação de data-base

DAS SUCURSAIS E DA AGÊNCIA FOLHA

Os portuários entram em greve hoje, às 7h. A paralisação de advertência vai durar 48 horas. O movimento foi anunciado ontem pelo presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores Avulsos em Portos, Mario Teixeira.
"Após este período, vamos dar cinco dias de trégua. Se as reivindicações não forem atendidas teremos greve por tempo indeterminado", disse Teixeira.
Os portuários exigem reajuste de 19,6%, unificação da data-base das três categorias em 1º de março e negociações de salários e do Contrato Coletivo de Trabalho em âmbito nacional e com a presença do governo.
O indicativo da greve foi decidido numa plenária dos sindicatos regionais das categorias de portuários nos dias 8 e 9 de março, em Brasília. Os sindicalistas esperam a adesão de todos os portos do país.
Segundo Teixeira, o maior problema das negociações é que os empregadores querem discutir separadamente o Contrato Coletivo de Trabalho e os reajustes em cada porto.
Ontem, as federações nacionais dos portuários, dos estivadores e dos trabalhadores avulsos em portos se reuniram com o ministro Odacir Klein (Transportes) e com representantes do Ministério do Trabalho.
As três categorias (portuários, estivadores e trabalhadores avulsos) reúnem cerca de 100 mil trabalhadores, espalhados em 166 sindicatos em todo o país. As federações não são filiadas a nenhuma central sindical.
Em Santos, os portuários decidiram em assembléia ontem aderir ao movimento. Devem "cruzar os braços" 21.000 trabalhadores.
No porto do Rio, a CDRJ (Companhia Docas do Rio de Janeiro) informou que perderá cerca de R$ 500 mil por dia em faturamento com a greve. A CDRJ administra também os portos de Sepetiba, Angra dos Reis, Niterói e Forno, todos no Estado do Rio.
Ontem estavam atracados no porto do Rio 15 navios. A CDRJ informou que cinco ainda seriam integralmente atendidos até a meia-noite e os outros dez ficariam retidos para fazer a carga ou descarga após a greve dos portuários de 48 horas.
Os trabalhadores do porto de Paranaguá (PR) devem aderir ao movimento. O secretário do sindicato dos Conferentes, Nélson Borba Bandeira, disse ontem que a decisão foi aprovada no último dia 16. Segundo ele, cerca de 8.000 trabalhadores devem "cruzar os braços" por 48 horas.

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