São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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Suspeito de chacina acusa comerciantes

DA FT E DA REPORTAGEM LOCAL

Helio Ferreira Alves, 25, preso anteontem pela polícia em Mogi das Cruzes (Grande São Paulo), sob acusação de participar da chacina de três adolescentes na última quinta-feira em Suzano, disse à polícia que o crime foi planejado e executado por comerciantes da região.
O delegado seccional de Mogi, Alcides Singilo, disse que Alves negou envolvimento na chacina, mas teria apontado o comerciante Francisco José Druri, 21, e os mecânicos Paulo Sérgio dos Santos Ruiz, 21, e Edilson Pinto da Silva, 20, como os responsáveis pelos assassinatos.
Segundo Singilo, Alves teria dito que Ruiz e Silva pegaram com Druri as armas usadas para atirar nos garotos.
Druri está preso desde quinta-feira à noite em Mogi. Até ontem, a polícia tentava encontrar Ruiz e Silva, que estão foragidos desde o dia do crime.
Druri, dono da padaria Padre Cícero, próxima ao local da chacina, nega envolvimento. Ele afirmou à polícia que sabia que Silva e Ruiz, dono de uma oficina vizinha à padaria, planejavam matar os meninos, mas negou ser o mandante do crime.
Segundo Singilo, a hipótese de Alves ter participado da chacina é reforçada porque o acusado é cunhado do dono de uma casa de material de construção assaltada um dia antes da chacina. Os garotos eram acusados de praticar furtos na região.
O delegado Marcelo Damas, da Divisão de Homicídios de Mogi, disse que Alves e Ruiz foram reconhecidos como autores do crime por M.S.F., 16, que sobreviveu à chacina.
Segundo o depoimento de M.S.F, no dia anterior ao crime Druri conversou longamente com os assassinos. O comerciante teria ainda dado voltas de carro pela praça e apontado os garotos.
Na chacina, três homens mataram a tiros João Henrique da Silva Oliveira, 15, André César Valdo, 14, e Romério Silva Alves, 16.
Além de M.S.F., o garoto F.M., 13, baleado na barriga, sobreviveu. Ele está internado na Santa Casa de Suzano. Os dois sobreviventes estão sob proteção policial.

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