São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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Delegado encerra caso do 'sumiço do xixi'

CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Delegado encerra caso do 'sumiço do xixi'
A polícia considera encerrado o caso do "sumiço do xixi" —como ficou conhecido, por algumas horas, o suposto desaparecimento de amostra da urina do juiz Oscar Roberto de Godói, suspeito estar embriagado no clássico de domingo.
O médico Fernando Antonio Gaya Solera Filho, presidente da comissão antidopagem da FPF, registrou queixa, às 21h30 de domingo, do roubo de sua camionete F-1000. Ontem, surgiram rumores de que o roubo seria uma tentativa de confiscar a amostra de urina do juiz, que estaria na camionete.
"Não podemos ligar um caso ao outro, foi um roubo comum, é um caso encerrado", disse o delegado Reinaldo Correia, titular do 23.º Distrito Policial de Perdizes (zona oeste de São Paulo). "Esta é uma das regiões em que mais se roubam carros em São Paulo. Foi apenas um caso a mais." O roubo aconteceu na altura do número 615 da rua Tucuna, em Perdizes.
O que levou a polícia a considerar encerrado o caso do desaparecimento foi o depoimento do próprio médico. "Se alguém quisesse simular um roubo generalizado, para ficar com a urina, não teria roubado tanta coisa", sustenta.
Solera afirma ter sido assaltado e sequestrado por dois homens —que o levaram até o km 15 da Rodovia Raposo Tavares (zona oeste), e dali sumiram com sua F-1000. Um dos ladrões, disse, era "pardo, 40 anos de idade, magro e bem trajado". O segundo "negro, 30 anos, gordo e 1,70 m".
Disse o médico que foram levados "um walkman Sony, um relógio de pulso Citizen, uma jaqueta de nylon azul, R$ 1.800,00 em dinheiro, dois cartões magnéticos do Bradesco e um cartão de visitas".
Outro inquérito ligado ao jogo corre pelo 23º DP. O juiz Oscar de Godói acusa Junior Baiano, zagueiro do São Paulo, de ter cometido "injúria" ao chamá-lo de "embriagado", segundo o juiz, "através de gestos".
Como não há gravações que atestem a acusação, a prova material do crime é uma fita de vídeo a ser pedida às emissoras de TV —em que Junior Baiano insinuaria o suposto estado do juiz ao apontar seu dedo polegar contra a boca.

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