São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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Horror pelo outro faz comédia

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

"Meus Vizinhos São um Terror" (Globo, 16h) une duas mitologias americanas. Uma, a da busca da tranquilidade, pelo atalho mais conhecido, ao menos em filmes: um casa distante dos grandes centros.
Joe Dante buscou um caminho original para tocar essa questão, já visitada em tantos filmes, acrescentando uma outra obsessão: o horror pelo estranho, por tudo que é diferente e foge dos parâmetros aceitos (filão explorado na saga da família Addams).
O silêncio e a estranheza dos vizinhos é que engendram o terror. E o terror nada mais é do que a imaginação, que se torna particularmente viva quando o cachorro da casa encontra um osso no jardim.
O que seria uma pesquisa canina normal, torna-se rastro de um grande mistério: será que isso é um osso humano, que os vizinhos silenciosos não são assassinos frios?
Essa entrada no delírio e suas consequências cômicas tornam-se o pólo de evolução do filme, que toca cruelmente em certas mitologias americanas (o gosto por armas), antes de propor algumas reviravoltas surpreendentes.
Se não é o melhor filme de Joe Dante, é aquilo que a terça-feira propõe em matéria de cineasta de primeira linha.
Para não falar de Tom Hanks, o ator da moda, agora forte concorrente a repetir a façanha de Spencer Tracy em 1937/38 e ganhar o Oscar de melhor ator pela segunda vez consecutiva (por seu trabalho em "Forrest Gump").
(IA)

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