São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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China prepara onda de expulsões de líderes do budismo no Tibete

TERESA POOLE
DO "THE INDEPENDENT", EM PEQUIM

As autoridades chinesas se preparam para expulsar centenas de monges e monjas "em excesso" dos monastérios do Tibete, de acordo com novos regulamentos divulgados este mês.
A ofensiva foi anunciada na primeira página do jornal oficial "Tibet Daily", de Lhasa, no dia 10 de março, 36º aniversário de um frustrado levante contra o domínio do Tibete pela China.
Segundo o jornal, há 40.670 monges e monjas no Tibete — "um enorme número de pessoas jovens e fortes que não estão engajadas na produção, não aprendem nada de conhecimentos modernos e vivem de esmolas".
Em algumas áreas há mais monges do que estudantes de escola secundária, o que criaria "influência negativa para o desenvolvimento econômico e cultural".
É a primeira vez que a China admite a política de expulsar aqueles que considera excessivos.
Essa política deverá exacerbar as tensões que já estavam previstas para os próximos meses. Em setembro haverá comemorações oficiais do 30º aniversário da anexação formal do Tibete pela China, ocorrida 14 anos depois da invasão do país por tropas chinesas.
A partir de seu líder máximo, o Dalai Lama, que vive no exílio, os monges tibetanos sempre se destacaram na resistência à ocupação.
Na semana passada, no Congresso Nacional do Povo em Pequim, a delegação oficial tibetana disse que os habitantes da região têm liberdade religiosa e vivem em "felicidade e contentamento".

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