São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995 |
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Sexta bomba explode na OAB de Minas
PAULO PEIXOTO; HELCIO ZOLINI
Um dirigente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) foi preso, acusado de ser responsável pelo atentado. No momento da explosão, estava para começar um ato de repúdio contra os atentados que desde o início de fevereiro vêm ocorrendo na cidade, nos quais apenas uma pessoa ficou levemente ferida. No momento da explosão na OAB havia 300 pessoas no auditório. A bomba foi colocada em um banheiro do subsolo do prédio, localizado no bairro Cruzeiro, zona sul. Ninguém ficou ferido. As pessoas que estavam no auditório da OAB ficaram assustadas, mas decidiram fazer o ato, iniciado às 17h40. Prisão O acusado de ter provocado a explosão é o engenheiro elétrico Austen Harmendani Mudado, 30. Ele é secretário de finanças da CUT e negou a acusação. Depois de detido, foi levado para a sede da Superintendência Metropolitana de Polícia (Metropol), onde prestava depoimento até as 23h. O presidente da CUT em Minas, Carlos Campos, disse que Mudado integra a central desde maio de 94 e é diretor do Sindieletro (Sindicato dos Eletricitários). Negou sua participação. Mudado foi indicado pela central para representá-la no ato contra a onda de atentados. O secretário da Segurança Pública de Minas, Santos Moreira, disse que havia policiais à paisana infiltrados na platéia. A prisão foi feita após o ato e depois de o presidente da seção mineira da OAB, Raimundo Cândido, ter sido comunicado. Segundo a polícia, Mudado foi o primeiro a chegar à sede da OAB, portando um volume embrulhado com um papel cor de rosa. Foi visto, pelos policiais infiltrados e testemunhas, entrando no banheiro duas vezes. Pouco antes da explosão, foi visto saindo correndo do banheiro, sem o embrulho. As testemunhas são dois funcionários da OAB e um motorista de um advogado. Em depoimento, Mudado disse ter ido ao banheiro assoar o nariz e ajeitar o cabelo, já que participaria da mesa. Além de Mudado, a polícia deteve outra pessoa. Gerson Lima, integrante do diretório nacional da CGT (Central Geral dos Trabalhadores), foi liberado após prestar depoimento. Com a notícia da prisão de Mudado, vários sindicalistas ligados à CUT ficaram de vigília na sede de Metropol. Atentados Os outros cinco atentados à bomba na capital mineira aconteceram no Cine Nazaré/Liberdade, na casa de um coronel reformado da PM, no Sindicato dos Jornalistas, na sede do jornal "Estado de Minas" e no fórum. Ontem à tarde, a polícia divulgou retrato falado da pessoa que supostamente foi responsável pelo atentado ao jornal "Estado de Minas". Texto Anterior: Governo estuda nova política para satélites Próximo Texto: Policiamento é reforçado em BH Índice |
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