São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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Morte de menores estava definida, diz preso

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A chacina de três adolescentes na última quinta-feira em Suzano (Grande São Paulo) foi decidida dois dias antes em uma reunião informal entre comerciantes. Eles estariam revoltados com furtos praticados pelos garotos.
A afirmação foi feita ontem pelo comerciante Hélio Ferreira Alves, 25, preso desde domingo, acusado de participação. Outros dois suspeitos estão presos.
Alves, dono de um bar próximo do local do crime, negou ter atirado nos meninos. Mas afirmou que acompanhado os três homens que mataram André César Valdo, 14, Romério Silva Alves, 16, e João Henrique da Silva Oliveira, 15, e feriram F.M., 13. O crime foi em uma estação da Sabesp à 0h20. M.S.F., 16, escapou ileso.
Segundo Alves, os autores dos disparos seriam Paulo Sérgio dos Santos Ruiz, 21, Edilson Pinto da Silva, 20, e Carlos Augusto da Silva, 22. Carlos está preso desde segunda. Ele nega participação. Ruiz e Edilson estão foragidos.
O dono de padaria Francisco José Drudi, 21, preso quinta, acusado de participação, nega o crime.
Alves disse que a reunião que decidiu que os meninos morreriam aconteceu na terça e foi motivada pelo furto ao depósito de material de construção de seu cunhado Aparecido Pereira da Silva.
Além de Alves, estariam na reunião Ruiz, Edilson, Drudi e Aparecido. Ruiz e Edilson teriam proposto a morte dos adolescentes.
"Na noite de quarta, os garotos foram à padaria vendendo produtos furtados", disse Alves. Na padaria estariam Ruiz, Edilson, Alves e Drudi, que teria guardado as armas dos dois primeiros. Os meninos teriam ido comprar crack. Depois teria chegado Carlos.
Por volta de 23h30, os adolescentes teriam entrado na estação da Sabesp para fumar crack. Alves, Ruiz, Edilson e Carlos teriam ido atrás dos meninos, enquanto Drudi ia embora.
Segundo o delegado Marcelo Damas, M.S.F. reconheceu Alves e Ruiz como dois dos assassinos. Damas disse que Carlos foi visto conversando com os matadores.
Damas disse que há indícios de envolvimento do grupo na morte de outro garoto, encontrado carbonizado em Mogi no mesmo dia.

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