São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 1995
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Lideranças rurais se queixam do novo juro para o crédito agrícola

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As medidas anunciadas anteontem pelo governo para o setor agrícola deixaram os produtores rurais irritados.
Após três horas de reunião com 60 líderes do setor de todos os Estados, o presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Ernesto de Salvo, disse ontem que as medidas são "inócuas e ridículas".
Na segunda-feira, o ministro da Agricultura, José Eduardo Andrade Vieira, informou que o governo vai adotar a TJLP (Taxas Juros de Longo Prazo) para os novos contratos agrícolas e os financiamentos por EGF (Empréstimo do Governo Federal) serão concedidos também para rolagem da dívida de agricultores inadimplentes tendo como referência o preço mínimo.
Os produtores rurais esperavam que o governo extinguisse a TR (Taxa Referencial) para o crédito agrícola e concedesse taxas de juros fixas —numa média entre 5 e 10% ao ano.
A TJLP, proposta pelo governo, tem um custo de 25% ao ano, metade da TR.
As lideranças rurais queixaram-se também da decisão da equipe econômica de comprar só até 150 sacas de milho por produtor, beneficiando os pequenos.
Representantes da CNA estão solicitando uma audiência hoje com o presidente da República.
Os produtores também não aceitam as regras do decreto legislativo 383, aprovado na Câmara e que será analisado pelo Senado.
O decreto suspende a correção monetária para os contratos agrícolas a partir de sua aprovação pelo Senado. Os agricultores que a medida seja retroativa.
Salvo ameaçou com a pressão da bancada ruralista no Congresso na votação de projetos do governo.

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