São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 1995
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Banerj precisa de 'injeção' de R$ 56 milhões

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do conselho interventor do Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Gomes, disse ontem que o banco precisa de uma injeção de capital para que possa voltar a operar normalmente.
Ele informou que o banco precisaria de 8% de 54% de seu ativo total (tudo que o banco possui) de patrimônio líquido (o que o banco pode dispor em curto prazo), o que significaria, segundo a Folha apurou, cerca de R$ 56 milhões.
Gomes disse que o acionista majoritário do banco (o governo do Estado do Rio) é que tem que fazer este aporte de capital. Ele sugeriu que, no caso do governo não dispor deste dinheiro, "o setor privado precisa fazer o aporte".
O interventor do Banerj prestou depoimento ontem, na Assembléia Legislativa do Rio, na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que pretende investigar a intervenção no banco.
Gomes disse que um dos principais problemas do banco é que um terço de todos os seus créditos a receber são de apenas um devedor, o governo do Estado. A Folha que essa dívida é de R$ 430 milhões.
O patrimônio líquido, não confirmado pelo interventor, seria de R$ 1,3 bilhão. O interventor disse que o banco já tem obtido alguns bons resultados administrativos, como a redução de juros de títulos.
Segundo Gomes, o banco economizou, com a redução dos juros, R$ 3,5 milhões em janeiro e R$ 5,6 milhões em fevereiro, sempre em comparação com dezembro. A intervenção aconteceu em 29 de dezembro.
Gomes também falou da possibilidade de redução de pessoas e de agências do banco. Ele disse que o que está em discussão dentro do conselho interventor é saber "qual o número de funcionários que o banco precisa nas novas condições" de funcionamento.
Ele disse também que "tem que haver fechamento de agências deficitárias".

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