São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 1995
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Deputados dizem que é "praxe" e não "fraude" adulterar lista

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A reação dos deputados ocorreu após a Folha publicar, ontem, reportagem em que aponta a existência de fraude na lista de presença.
Para o líder do PTB, Campos Machado, "não se pode confundir praxe com fraude". "Sempre se admitiu que os deputados assinassem as listas na segunda quando tivessem faltado na sexta. Então, não há nenhuma fraude", disse.
Machado citou o Dicionário Aurélio e disse que fraude é "falsificação". O dicionário, porém, também define como fraude "adulteração" e diz que o verbo fraudar significa "enganar", "iludir".
A Mesa Diretora da Casa, após reunião com as lideranças partidárias, decidiu que a lista é pública. Deputado ausente a quatro sessões por mês terá salário descontado.
A Mesa quer mudar o funcionamento, com "esforço concentrado" de votações de terça a quinta. Segunda e sexta ficariam para o trabalho parlamentar externo.
Coincidentemente, ontem 90 deputados estiveram na Casa —a maior presença depois da posse.
Erasmo Dias (PPR) voltou a defender a nomeação de parentes nos gabinetes: "Vou nomear a minha filha! Ou vou ter que nomear a filha dos outros?".
Gilson Menezes, do PMDB, apoiou Dias com este argumento: "Artistas conhecidos têm seus filhos trabalhando na TV Globo, e disso ninguém fala".

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