São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 1995
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Estúdios migraram em busca do Sol local

EDSON FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Acontece na noite da próxima segunda-feira mais uma entrega do Oscar. Como em todos os anos, essa 67ª edição do Prêmio vai direcionar os olhares do mundo para apenas uma cidade: Los Angeles.
Junto com a premiação vem uma vontade de conhecer essa fábrica de sonhos capazes de manter, por cerca de duas horas, multidões hipnotizadas em poltronas nem sempre confortáveis.
Se hoje essa cidade no sul da Califórnia é uma máquina movida a astros e estrelas, quando do seu desenvolvimento ela precisou de um astro só: o Sol.
O "astro-rei" foi o responsável pela decisão dos grandes estúdios em substituir os céus cinzentos de Nova York pelos horizontes da Califórnia, sempre ensolarados.
Em 1907, o coronel William Selig (maior rival do pioneiro norte-americano do cinema, Thomas Edison) mudou parte da sua companhia de Chicago para Los Angeles. Dois anos depois, ele montou o primeiro grande estúdio de cinema na cidade.
Mas o maior impulso para a instalação definitiva da indústria cinematográfica em Los Angeles veio de um homem que sempre teve a grandiosidade como meta. Trata-se de Cecil B. de Mille.
Ele e seus dois sócios, Jesse Lasky e Sam Goldwyn, haviam comprado os direitos para filmar o western "The Squaw Man".
Tentaram primeiro ambientar a história no Arizona. Mas as montanhas cobertas de neve não combinavam com o roteiro.
E foi em Los Angeles, em 1909, que eles encontraram a atmosfera perfeita para erguer uma cidadezinha pacata e pastoral, típica do Velho Oeste.
Fugindo do truste chamado Motion Picture Patents Company, produtores independentes seguiram o exemplo de de Mille e foram para o sul da Califórnia.
Nascia Hollywood, região que logo se tornou a capital americana do cinema e já em 1920 produzia uma média anual de 800 filmes.

Televisão
A coisa foi evoluindo e os números crescendo até 1940, quando apareceu a televisão. Demorou 20 anos até que Hollywood se recuperasse desse baque.
Se não fosse a agilidade dos produtores, que começaram a filmar mirando o novo veículo, Hollywood seria hoje uma lembrança amarelada nos álbuns de fotografia.
Mas a indústria cinematográfica sobreviveu. E hoje é, ao lado das indústrias aeronáutica e eletrônica, a maior fonte de renda da cidade.
Nomes como Paramount, Universal e Warner Brothers são alguns dos nomes de estúdios que fizeram parte dessa história e que não podem deixar de ser visitados durante uma visita a Los Angeles.
Além de permitir a observação de filmagens, esses estúdios dão aos turistas com sorte a oportunidade de se tornarem figurantes.

ENDEREÇOS - UNIVERSAL: 100 Universal City Plaza, tel. (818) 508-9600; PARAMOUNT: 860 N. Gower, tel. (213) 956-5575: WARNER: 4.000 bulevar Warner, tel. (818) 954-1744.

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