São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995 |
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Brown diz que FHC 'assegurou' contrato PAULO SILVA PINTO PAULO SILVA PINTO; ABNOR GONDIM
"Não tinha nenhuma dúvida de que seria assinado. Ficamos contentes de saber que o projeto está avançando", afirmou. A previsão da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) era assinar ainda este mês os contratos. O Sivam, com radares que vão cobrir toda a região amazônica, vai custar US$ 1,4 bilhão. A instalação e manutenção serão feitas pela empresa norte-americana Raytheon e pela brasileira Esca, escolhidas sem licitação pelo governo Itamar Franco sob a alegação de que se tratava de projeto de segurança nacional. A empresa francesa Thomson, que participou da concorrência, afirma que o sistema poderia ter custado US$ 300 milhões a menos para o Brasil. "Os franceses não têm nenhuma credibilidade neste assunto. A Raytheon ganhou porque tinha o melhor preço e o melhor equipamento", disse Brown em entrevista exclusiva à Folha. Sobre as acusações de que ele teria recebido dinheiro do empresário brasileiro José Amaro Pinto Ramos para influenciar negócios nos EUA, Brown afirmou que "em primeiro lugar não é verdade, em segundo isso não tem nada a ver com o Sivam". Congresso O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse ontem que vai requerer à Câmara que solicite a FHC o adiamento da assinatura do contrato do Sivam. Gabeira afirmou que o governo deveria fechar o contrato somente depois da investigação promovida pela Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. Protocolo Ron Brown assinou um protocolo com o ministro Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores) para a criação do Conselho de Desenvolvimento Empresarial Estados Unidos-Brasil. Brown afirmou que a instalação do conselho deve acontecer em abril, quando Fernando Henrique viajar aos EUA. "Burrice" O secretário de Segurança do Pará, Paulo Sette Câmara, 59, disse ontem que o governo federal cometerá "uma tremenda burrice" se implantar o Sivam sem dar recursos à Polícia Federal e ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para atuarem na região. Ele defende a necessidade do projeto, apesar das denúncias de irregularidades na licitação. Mas Câmara é contra o esvaziamento dos órgãos federais porque, segundo ele, deixam de cumprir com suas obrigações e acabam sobrecarregando a segurança pública estadual. "Por trás dos conflitos de terra no Estado, há sempre a atuação ilegal de madeireiras que incitam as invasões, e o governo federal não se faz presente para fiscalizar a atividade", disse o secretário. "De nada adianta sabermos, por meio dos radares e dos satélites, onde acontecem as queimadas, as invasões, se o governo federal não tem recursos para enviar fiscais para estas áreas", afirmou. Colaborou ABNOR GONDIM, da Agência Folha, em Belé Texto Anterior: Sindicalista nega ligações com Motta e ACM Próximo Texto: Ericsson e Motorola disputam novo celular Índice |
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