São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Ericsson e Motorola disputam novo celular
ELVIRA LOBATO
A disputa entre as duas começou antes mesmo da publicação do edital de concorrência, que deverá ocorrer neste semestre. A concorrência é para uma atendimento inicial de 400 mil assinantes, o que vai envolver cerca de US$ 400 milhões só em equipamentos. Neste momento, a disputa se dá no campo tecnológico. O governo ainda não decidiu qual tecnologia digital irá escolher: se o CDMA (Code Division Multiplex Access), que tem a Motorola como principal fornecedor, ou o TDMA (Time Division Multiplex Acess), dominado pela Ericsson. O presidente mundial da Ericsson Radio System (divisão que responde por 50% do faturamento do grupo), Kurt Hellstrn, e o vice-presidente para as Américas da Divisão de Sistemas Celulares da Motorola, Jack Finlayson, estão no Brasil para defender a tecnologia oferecida por suas empresas. Na semana passada, o presidente mundial da Motorola, Christopher Galvin, esteve no Brasil e foi recebido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro das Comunicações, Sérgio Motta. Anteontem, Kurt Hellstrn, da Ericsson, foi recebido pelo ministro das Comunicações e o assunto em pauta foi as tecnologias digitais de telefonia celular. Em meados de 94, a direção da Telebrás escolheu a tecnologia CDMA, o que excluiria a Ericsson da disputa. A reação da Ericsson foi imediata e, desde então, a matriz sueca tem enviado missões ao Brasil na tentativa de convencer o governo a mudar sua decisão. A Ericsson tem argumentado junto ao governo que a tecnologia CDMA não resolverá o problema da telefonia celular em São Paulo e de que seria uma solução arriscada por se encontrar ainda em fase de testes no exterior. A Motorola defende o CDMA com o argumento de que ele vem sendo testado, com sucesso, nos Estados Unidos, Argentina, Hong Kong e Filipinas e que entrará em operação comercial em Los Angeles, em junho próximo. A Ericsson contra-ataca com o argumento de o sistema TDMA já está em uso comercial com 5 milhões de usuários. Texto Anterior: Brown diz que FHC 'assegurou' contrato Próximo Texto: Vacina produz Aids em teste de laboratório Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |