São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 1995 |
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Rapazes dizem ter sido torturados por policiais Vendedores foram acusados de tráfico; PM nega DA REPORTAGEM LOCAL Os vendedores Eduardo Gern, 19, e Fernando Cendrowicz, 25, afirmam ter sido torturados por policiais militares na última terça-feira. O funcionário público Ricardo Frontini, 20, diz que sofreu ameaças dos mesmos policiais.Os três foram presos por PMs da 1ª Companhia do 1º Batalhão da PM sob a acusação de tráfico de drogas. O relato da violência foi feito em depoimento na 11ª DP, em Santo Amaro (zona sul), onde eles estão detidos. O resultado do exame de corpo de delito ainda não foi divulgado. Gern, Cendrowicz e Frontini se dizem só consumidores de droga. A PM nega toda a versão. Segundo o comandante da 1ª Companhia, tenente Vieira, os policiais não agrediram os três jovens e encontraram uma grande quantidade de maconha e crack com eles. "É tudo mentira. Não houve violência e sabemos que são traficantes", disse. O primeiro a ser detido, às 17h30, foi Gern, em sua casa. Disse que recebeu choques nas mãos e socos. Levado pelos policiais ao Largo 13 de Maio, em Santo Amaro (zona sul), indicou Frontini como suposto consumidor de crack, que então foi preso pelos PMs. Depois, foram para a favela do Socorro (zona sul), onde os policiais prenderam Cendrowicz. Ele repetiu em entrevista à Folha o teor do seu depoimento. Disse que recebeu, num barraco da favela, "muito choque elétrico dos policiais". Os três dizem ainda que foram levados para a 1ª Companhia, onde teriam sido amedrontados por tiros de um PM. Só depois foram transportados para a delegacia. O tenente Vieira disse que a história dos tiros é "completamente falsa". Disse ainda desconhecer a passagem dos acusados pelo quartel. Texto Anterior: Número de mortos pela PM sobe 57% Próximo Texto: "A orientação é prender, não atirar" Índice |
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