São Paulo, sábado, 25 de março de 1995
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Coleta seletiva é desestimulada

ROGERIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeitura de São Paulo tentou acabar, há dois anos, com a coleta seletiva do lixo na cidade. Acabou voltando atrás após a pressão que sofreu por parte da opinião pública e da Câmara dos Vereadores.
O secretário do Verde e do Meio Ambiente, Werner Zulauf, afirma que hoje a coleta seletiva é mantida apenas para não "desestimular quem já se acostumou a separar o lixo."
Segundo a secretaria de Serviços e Obras, responsável pela coleta, o custo por tonelada de lixo é de US$ 350 na coleta seletiva. A média por tonelada de lixo coletada seria de US$ 21,21.
Segundo a secretaria, o retorno financeiro da coleta seletiva não chega a 50%. Apenas 80% do lixo que passa pela coleta seletiva pode ser reciclado.
Para o secretário de Serviços e Obras na gestão Erundina (89-91), Lúcio Gregori, responsável pela implantação do sistema, a prefeitura deveria ter a coleta seletiva como uma de suas prioridades.
"O custo não é tão alto quanto alegam. Tem-se que levar em conta os benefícios. Não dá para fazer contabilidade de armazém com questões ambientais, pensando somente no lucro", afirma.
Para Gregori, a coleta seletiva não precisa dar lucro para a prefeitura. "Em nenhum país do mundo isso acontece, e continuam fazendo. O importante é considerar a quantidade de recursos naturais preservados."
Um dos argumentos da atual gestão na secretaria é de que a população não respeita a coleta seletiva, jogando o lixo em recipientes errados.
Gregori afirma que o teste de implantação do sistema, realizado nos bairros de Vila Madalena (zona oeste), Penha (zona leste) e Lapa (zona oeste) teve aproveitamento de 75%. "Isso prova que a população está consciente", afirma.

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