São Paulo, sábado, 25 de março de 1995 |
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São Paulo recicla só 10,7% do lixo coletado
ROGERIO WASSERMANN
Para o secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, Werner Zulauf, a cidade não teria condições hoje de reproduzir a experiência de Assis, onde até 95% do lixo é reaproveitado (leia texto ao lado). "Reproduzir um sistema feito para cidades pequenas numa metrópole como São Paulo seria economicamente inviável", afirma. Diariamente, são recolhidas 12 mil toneladas de lixo no município de São Paulo, 240 vezes mais que a cidade de Assis. Cerca de 88% deste lixo é levado para os quatro aterros sanitários da cidade, sem ser reaproveitado. O 1,3% restante, correspondente ao lixo coletados nos hospitais e aeroportos, é incinerado como medida de higiene. As usinas de compostagem, responsáveis pelo tratamento do lixo orgânico, recebem 10% do lixo da cidade. Nestas usinas, o lixo passa por um processo de transformação para produção de adubo. São Paulo possui atualmente quatro aterros sanitários, duas usinas de compostagem, dois incineradores e um centro de triagem para reciclagem, em Pinheiros (zona oeste), que recebe apenas 0,7% do total de lixo coletado na cidade. Zulauf afirma que a cidade de São Paulo poderia ter um índice de até 100% de aproveitamento do lixo no prazo de dois anos, através de um projeto que prevê a separação do lixo orgânico e a construção de incineradores. Para Zulauf, o sucesso dependeria da "conscientização" da população. "Não é um projeto para curto prazo. Somente daqui a 10 ou 12 anos é que ele estará produzindo resultados estáveis", afirma. Reportagem publicada na Folha em setembro do ano passado mostrou que os caminhões da prefeitura que fazem a coleta estavam misturando o lixo separado para reciclagem. Na época, o diretor da Divisão de Compostagem e Coleta Seletiva da prefeitura afirmou que a separação na coleta ficaria "muito cara, e economicamente inviável". Texto Anterior: Barrichello e Berger são 'alvos prediletos' Próximo Texto: Coleta seletiva é desestimulada Índice |
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