São Paulo, domingo, 26 de março de 1995
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Brasileira merece Oscar da assiduidade

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Ela merecia ganhar ao menos um Oscar: o da brasileira que mais assistiu cerimônias de entrega do Oscar.
A jornalista Dulce Damasceno de Brito assistiu 15 vezes a festa, entre 1953 e 1968. Era correspondente em Hollywood dos jornais do grupo Diários Associados, da revista "Cruzeiro" e da TV Tupi.
Dulce nunca escondeu ser fã dos atores e atrizes que entrevistava. Posou para fotos ao lado de inúmeros deles. "Não sei se sou muito romântica, mas adoro cinema desde criança. Sou deslumbrada mesmo", avisa.
Uma das maiores emoções de sua carreira em Hollywood ocorreu em 1963. "Quando Sophia Loren anunciou que o Oscar de melhor ator ia para o Gregory Peck, por 'O Sol É Para Todos', chorei de emoção", diz.
Naquele dia, Dulce fez questão de posar para uma foto ao lado de seu ídolo Peck.
Não foi o único encontro com o ator. "Quando o entrevistei pela primeira vez, minhas pernas tremeram."
Outro momento inesquecível da festa foi o Oscar ganho por Frank Sinatra por "A um Passo da Eternidade", em 1953. "Ele estava na lona. Ninguém esperava que uma pessoa que estava no último degrau fosse capaz de se recuperar. Foi emocionante."
A jornalista não se incomoda de, após assistir tantas vezes ao vivo, agora ver o Oscar pela TV. "Não perde a emoção. Eu sempre me coloco no lugar da pessoa que está perdendo."
Amanhã, Dulce vai se sentar diante do aparelho de TV e torcer por Jessica Lange, que concorre ao Oscar de melhor atriz.
O problema vai ser na hora do prêmio de melhor ator: "Estou com o coração balançando. Adoro esses dois garotos, o John Travolta e o Tom Hanks. E também adoro o Paul Newman", diz, toda indecisa.
O sucesso de Travolta em "Pulp Fiction" não foi surpresa para Dulce: "Sempre disse que ele não era apenas um garoto bonito. É um bom ator", avalia a jornalista.
(MSy)

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