São Paulo, domingo, 26 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sinais de desaquecimento ainda não são definitivos

DA "AGÊNCIA DINHEIRO VIVO"

Não entenda os indícios que se acumulam, principalmente após a crise cambial, como sinais de imediata desaceleração da atividade econômica como um todo.
Confirmando as previsões dos meses anteriores dos indicadores de atividade econômica da "Agência Dinheiro Vivo" (os Leadings), realmente começam a ocorrer sinais de desaceleração da atividade comercial, representados pela diminuição das consultas ao SPC, aumento da inadimplência etc.
Mas na verdade trata-se de acomodação a um novo nível. O problema é que o comércio esperava a repetição da sazonalidade com dissídios coletivos.
Os sinais dizem respeito mais diretamente à atividade comercial, porque a indústria ainda está contratando. O indicador de atividade da "Agência Dinheiro Vivo" para a indústria sugere que a desaceleração neste setor deve ocorrer apenas ao final deste semestre ou no início do outro, quando estaria crescendo a 10% ao ano.
Não é factível, por exemplo, o comércio querer sustentar as vendas de duráveis no volume do segundo semestre do ano passado, que esteve inflado inclusive pelas importações, nem querer continuar crescendo à taxa anual de 40%.
Existem outros atenuantes para as interpretações que se fazem hoje para o curto prazo. Um deles é a questão do juro. Há evidências de que o nível da taxa real começou a produzir efeitos no consumidor, mas o primeiro momento de vacilo do consumidor não é, historicamente, o definitivo. Estudo econométrico do Departamento Econômico da "Agência Dinheiro Vivo" mostra que o aumento da taxa de juros tem um efeito imediato sobre o consumo de bens duráveis, mas após dois meses de poupança o consumidor volta às compras.

Texto Anterior: Prazo de consórcios; Empresa controlada; Comprovante de rendimentos; IRPF-Ganhos de capital; ITR-Terreno expropriado; Locação; Contribuição sindical
Próximo Texto: Juros altos retardam novo ajuste no câmbio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.