São Paulo, domingo, 26 de março de 1995
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Juros altos retardam novo ajuste no câmbio

DA "AGÊNCIA DINHEIRO VIVO"

O presidente do Banco Central, Pérsio Arida, forneceu esta semana no Congresso valiosas pistas indiretas sobre a política cambial.
A ênfase que depositou na preservação do juro real e na necessidade de medidas destinadas a diminuir o crescimento econômico induz à crença de que não é intenção do governo corrigir aceleradamente a artificial sobrevalorização cambial. O aquecimento da atividade produtiva provoca o aumento do déficit comercial.
O papel dos juros é duplo: forçar o desaquecimento da economia e seduzir exportadores ao fechamento antecipado do câmbio.
A conclusão que se chega no mercado é a de que o BC terá de manter elevado o juro enquanto não reverter o déficit comercial. O CDI negociado a futuro na BM&F sinalizava 8% de taxa-over para abril. O mercado a termo de BBC prevê abertura em torno de 7,5%.
O CDB continua embutindo taxa-over superior à prevista para o interbancário de um dia (CDI) pelo mercado futuro. Mas destinar integralmente o caixa ao pré significa apostar firme num rápido desfecho da crise, o que é temerário. Parte dele ainda deve permanecer no CDI, nas operações "swap" CDB/CDI para os grandes investidores e fundos DI para os demais.

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