São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Somente 4% das vacas são inseminadas

DA REPORTAGEM LOCAL

O país não conhece oficialmente sua população bovina, mas a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) estima que apenas entre 3,5% a 4% do rebanho nacional é inseminado.
Apesar do salto dos dois últimos anos, ainda há muito espaço a ser ocupado, na visão de Marco Antonio Volta, presidente da Asbia.
Segundo ele, se o número de vacas inseminadas subir para 6% ("e isso deve em breve acontecer"), a demanda por doses de sêmen cresce 2,5 milhões.
Mas o aumento do consumo depende da estabilização dos preços dos insumos e do retorno financeiro propiciado pelas pecuárias de carne e leite, diz Volta.
Já as empresas de inseminação estão preparadas para o crescimento da demanda, afirma o presidente da Asbia.
"O parque industrial detém uma tecnologia de Primeiro Mundo e opera com ociosidade", diz ele, que acredita ainda que a estabilização da economia pode servir de alavanca e puxar para o alto as vendas de sêmen.

Paralelo
Os números divulgados pela Asbia relativos a 94 não representam na totalidade o sêmen bovino consumido no Brasil.
Além das 3.643.888 de doses vendidos pelas 43 empresas filiadas à Asbia, calcula-se que 1 milhão de doses foram negociadas de forma direta nas fazendas.
"Existe um comércio paralelo de sêmen produzido em fazendas e muitas vezes com insuficiente controle zootécnico e sanitário" afirma Marco Antonio Volta.
Ou seja, no total, o mercado nacional absorveu cerca de 4,6 milhões de frascos de sêmen em 94.
Em 94, foram consumidas 2.566.457 doses de sêmen de touros radicados no país, contra as 1.077.431 doses importadas.
O sêmen importado teve um crescimento de 29,57% em comparação com o ano de 93, quando foram vendidas 723.597 doses.
"Houve uma oferta abundante de material genético do exterior e o Brasil pratica muito pouco ainda o teste de progênie, técnica que permite ao pecuarista conhecer a capacidade do touro", diz Volta.
A Pecplan Bradesco foi a empresa que mais vendeu sêmen nacional, sendo responsável por 42,64% desse mercado. A Lagoa da Serra aparece em segundo, com uma fatia de 22,19%.
Na área dos importados, a Sembra deteve uma parcela de 13,74%, vindo um pouco abaixo a ABS com 13,14% do mercado.

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